Cansada de ouvir dos ginecologistas que o motivo de seu órgão genital ser pruriginoso era apenas por conta de condições comuns, como candidíase, herpes ou cistite, Clare Baumhauer insistiu em buscar um diagnóstico mais preciso, até que finalmente foi diagnosticada com câncer.
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A britânica de 44 anos, que passou a sentir irritações na genitália desde que entrou na casa dos 30, passou mais de 10 anos ouvindo de especialistas que os sintomas que ela sentia não eram significativos. Até que em março do ano passado, foi detectado um tumor entre a vagina e o ânus, classificado como câncer de vulva .
"Nunca tinha ouvido falar de câncer de vulva. Na verdade, nunca tinha ouvido falar de vulva. Fiquei horrorizado quando fui diagnosticada. Eu imediatamente pensei: 'é terminal, eu tenho câncer. Eu vou morrer’", contou Clare ao Daily Mail.
Para os médicos, a doença pode ter se iniciado com uma condição chamada líquen escleroso
– inflamação que afeta a mucosa genital feminina e masculina – que deve ter sido confundida com outras enfermidades.
Agora, a mulher passa por um tratamento de radioterapia para matar as últimas células cancerígenas, e luta para enfrentar a menopausa precoce que foi provocada pela condição. ”Meu cabelo diminuiu e estou tendo que lidar com aqueles fogachos. Mas, em comparação com o câncer, posso lidar com isso. Estou feliz por estar viva”, afirmou ela.
Como começou
Depois de sentir dificuldades para ter relações sexuais e muita coceira na parte íntima, ela acabou seguindo tratamentos para candidíase , herpes e cistite por orientação médica. Mas nada adiantou, e as dores começaram a ficar mais intensas e fazer com que pequenas atitudes, como se sentar, ficassem insuportáveis.
Segundo os especialistas, isso aconteceu porque o tumor já havia dobrado de tamanho, chegado até as extremidades da região. Depois de passar por quatro biópsias, ela foi diagnosticada com líquen escleroso.
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Diagnóstico
Apenas 10 dias após o procedimento, ela descobriu que tinha câncer de vulva. O tumor foi marcado como estágio 1B, grau 3 - o que significa que era pequeno, mas crescia rapidamente.
Em abril, ela foi operada no Hospital St. Thomas, no centro de Londres, e passou por uma cirurgia chamada hemivulvectomia para remover o tumor.
Apesar de os cirurgiões cortarem o tumor, os exames revelaram que o câncer havia se espalhado por seus nódulos linfáticos, então ela teve que passar por 25 sessões de radioterapia.
Como se não bastasse toda a complexidade do tratamento, os nódulos linfáticos da britânica começaram a inchar e ela desenvolveu uma infecção e sua virilha teve que ser preenchida com estofamento.
O que é câncer de vulva
Para entender melhor o que é o câncer de vulva, o ideal é primeiro saber definir o que é essa região, que muitas mulheres desconhecem, assim como Clare e até confundem.
Diferente do que a maioria pensa, a vulva não é a mesma coisa que a vagina. Ela é a região externa do órgão genital feminino, onde ficam os pelos e os pequenos e grandes lábios, enquanto a vagina é o canal de parto.
Definido isso, o câncer acontece quando um tumor maligno se origina nas células da vulva. Esse tumor pode ser desenvolvido por conta de alterações e infecções, como o líquen escleroso.
Pelo fato de os sintomas não serem muito claros, é possível que, muitas vezes, o câncer seja ignorado e tratado como outras doenças mais comuns. No entanto, os sinais para a enfermidade podem ser: pruridos, que não aliviam com o uso de antifúngicos, áreas de coloração rosa, vermelha ou branca. Manchas escamosas ou semelhantes às verrugas, feridas, nódulos, manchas escuras, queimação, formigamento, dor, sensibilidade e desconforto.
Se não tratado adequadamente e à tempo, o câncer de vulva também pode se espalhar para os gânglios linfáticos da virilha ou da pélvis, osso público, outros órgãos nas proximidades, como clitóris, vagina, uretra, bexiga, ânus ou reto, ou até mesmo para o pulmão e fígado.
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