Tratamentos para idosos deverão focar em avaliação funcional e psicossocial, além dos dados clínicos
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Tratamentos para idosos deverão focar em avaliação funcional e psicossocial, além dos dados clínicos

Atualmente, o Brasil está em quinto lugar no ranking das maiores populações idosas do mundo, com quase 30 milhões de pessoas acima dos 60 anos. De acordo com uma análise recente feita pela pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz em Minas Gerais Maria Fernanda Furtado de Lima e Costa e sua equipe, 30% dessas pessoas têm alguma dificuldade para realizar atividades diárias, que podem impedir desde os cuidados com a casa, o próprio deslocamento, ou até mesmo se alimentar.

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Pela primeira vez o Ministério da Saúde decide investir no atendimento aos idosos da rede pública de saúde, focando em medidas que vão priorizar a avaliação funcional e psicossocial para além dos dados clínicos, a fim de reduzir a perda da autonomia entre esse grupo e aumentar o desempenho cognitivo e a sobrevida desses pacientes.

Até 2030, estima-se que a população acima dos 60 anos deverá representar cerca de 20% dos brasileiros. “Precisamos estar mais preparados para essa nova realidade e é justamente isso que estamos fazendo. A nossa proposta é que o olhar não seja focada apenas na doença e sim na saúde, ou seja, vamos parar de financiar a doença e investir em um atendimento integral à população idosa, justamente para evitar que essas pessoas desenvolvam doenças”, destacou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Entre os 30% dos idosos que têm alguma dependência funcional , 17,3% sentem muita dificuldade com atividades instrumentais, como preparar alimentos, cuidar da casa, se deslocar. Outros 6,8% precisam de ajuda com atividades básicas, como vestir-se e alimentar-se, conforme analisou a pesquisa.

“A perda das condições físicas e mentais impossibilita o idoso de realizar atividades do seu cotidiano, o que causa sofrimento para ele e para a família. Por isso reafirmamos a importância de que o cuidado seja multidimensional, organizado por meio de uma linha de cuidado muito mais ampla, considerando diferentes fatores que influenciam na sua condição de saúde”, completou a coordenadora de Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde, Cristina Hoffmann.

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O avanço das doenças crônicas nessa população também é significativo. Entre os idosos de 60 a 69 anos, 25,1% tem diabetes, 57,1% foram diagnosticados com hipertensão, além de a maioria estar com excesso de peso (63,5%) e 23,1% com obesidade.

Atendimento

Entre as novidades apresentadas pelo governo nesta segunda-feira (6) durante a divulgação da Estratégia Nacional para o Envelhecimento Saudável, está a implementação do atendimento multidimensional em que o foco deixa de ser apenas na doença. O que significa que o paciente será orientado por avaliações clínicas, psicossociais e funcionais, para que as reais necessidades de cada caso sejam identificadas e possíveis problemas sejam prevenidos.

Com as novas diretrizes, o profissional deverá levar em consideração, por exemplo, o nível de independência e autonomia para atividades cotidianas, as necessidades de adaptação ou supervisão de terceiros, a vulnerabilidade social e o estilo de vida das pessoas idosas, como alimentação, prática de exercícios, prevenção de quedas, hábitos de saúde e histórico clínico.

O atendimento deve ser feito por meio da Atenção Básica, principal porta de entrada para o SUS , em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS). Caso seja necessário, o paciente poderá ser encaminhado a unidades especializadas de saúde.

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