Tomar polivitamínicos e outros tipos de suplementos tem se tornado uma prática cada vez mais comum no Brasil, país onde 98% das pessoas não consomem o índice de vitaminas adequado à saúde, segundo levantamento feito em maio de 2018 pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres. Mas será que todos esses brasileiros podem tomar esse tipo de medicação?

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Qualquer um pode tomar polivitamínicos, mas é preciso consultar um médico ou nutricionista antes de se medicar
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Qualquer um pode tomar polivitamínicos, mas é preciso consultar um médico ou nutricionista antes de se medicar

A resposta é sim. Segundo Ana Luísa Vilela, especialista em Obesidade, Gastroenterologia e Nutrição Humana pelo Hospital Beneficência Portuguesa e pelo Hospital das Clínicas de São Paulo, em linhas gerais, qualquer um pode tomar polivitamínicos genéricos, do tipo encontrado nas prateleiras das farmácias. 

Fazendo isso, a pessoa obterá benefícios como melhora na saúde da pele e dos cabelos e fortalecimento da musculatura e das unhas. No entanto, isso não quer dizer que os polivitamínicos podem substituir uma dieta adequada.  

Segundo o farmacêutico Jamar Tejada, a alimentação deve continuar a ser a sua fonte primária e constante de vitaminas, deixando esse tipo de suplemento apenas para casos específicos, como pessoas com dietas muito pobres ou que têm problemas de absorção de nutrientes.

Além disso, de acordo com Alan Scaglione, nutricionista da Estima Nutrição e especialista em Suplementação Nutricional Aplicada ao Exercício pela Universidade de São Paulo, é essencial consultar um médico ou nutricionista antes de começar a usar um suplemento contra a falta de vitaminas e minerais.

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Tomar polivitamínicos sem necessidade faz mal? 

Tomar polivitamínicos sem orientação médica ou sem respeitar a bula do produto pode causar hipervitaminose
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Tomar polivitamínicos sem orientação médica ou sem respeitar a bula do produto pode causar hipervitaminose

E se você decidir pular a consulta ao médico e se aventurar sozinho nas gôndolas das farmácias, é preciso tomar cuidado redobrado e sempre respeitar a bula dos polivitamínicos. Afinal, como lembra Jamar, tomá-los em doses excessivas ou sem necessidade pode desencadear um problema chamado  hipervitaminose .  

"Algumas vitaminas tomadas em excesso podem simplesmente ser eliminadas do corpo, mas outras, como a vitamina A e a D, acabam acumulando no organismo", lembra. Junto com essas duas, as vitaminas K e E também podem se acumular no organismo.

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Isso ocorre, segundo Alan, porque elas não são eliminadas pela urina, como no caso da vitamina C e das vitaminas B, que são hidrossolúveis. Devido a essa diferença, um descuido com a dosagem do suplemento pode levar a enfermidades como:

  1. Hemorragia, no caso de excesso de vitamina E
  2. Formação de coágulos, no caso de excesso de vitamina K
  3. Visão turva, sonolência, hipertensão intracraniana, osteoporose e sensibilidade à luz, no caso de excesso de vitamina A
  4. Sobrecarga de rins, veias e artérias, no caso de excesso de vitamina D

Por isso é importante, como avisa Ana Luísa, ter comedimento na hora de tomar polivitamínicos, evitando exageros e se restringindo a tomar as doses recomendadas pela bula ou pelo médico. Tais produtos combinam diversas vitaminas e enquanto alguma pode, de fato, estar em deficiência no seu corpo, outra pode estar em quantidade elevada. 

Mas e quem precisa de uma suplementação específica?

Existem, no entanto, pessoas que devem tomar algum tipo de suplemento. No infográfico abaixo estão listados os principais grupos de indivíduos que precisam, ao menos temporariamente, consumir algumas vitaminas por meio da suplementação, seja ela específica ou com o uso de polivitamínicos.

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Caso você não tenha nenhuma deficiência grave, a melhor saída é a reeducação alimentar. "Uma dieta rica em vegetais, proteínas e gorduras boas, oferece os micronutrientes em proporções biologicamente equilibradas", lembra Jamar.

E mesmo que você comece o tratamento, é essencial corrigir a alimentação. Assim, você poderá, se possível, parar de tomar polivitamínicos e consumir a quantia recomendada de vitaminas e minerais sem recorrer a medicamentos e receitas médicas. 

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