Rydén acredita que a noção de obesidade metabolicamente saudável pode ser mais complexa que o se pensava
Itaci Batista/ Agência Estado
Rydén acredita que a noção de obesidade metabolicamente saudável pode ser mais complexa que o se pensava

Pesquisa realizada na Suécia aponta que a gordura de pessoas obesas, mesmo daquelas consideradas metabolicamente saudáveis, apresenta anormalidades em sua expressão genética na resposta à estimulação por insulina. O estudo foi publicado nesta quinta-feira (18) na revista científica Cell e feito por pesquisadores do Instituto Karolinska, que promove o Prêmio Nobel.

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"A descoberta sugere que vigorosas intervenções de saúde podem ser necessárias para todos os indivíduos obesos, mesmo aqueles que até agora tenham sido considerados metabolicamente saudáveis. Como a obesidade é um dos principais fatores que alteram a expressão genética do tecido adiposo (gordura), nós devemos continuar a focar na prevenção", afirma Mikael Rydén, coordenador do estudo.

De acordo com o cientista, uma das marcas da obesidade metabolicamente saudável é a alta sensibilidade ao hormônio insulina, que promove a captação da glicose do sangue pelas células para ser usada como energia.

O especialista e sua equipe avaliaram 15 pessoas saudáveis que nunca foram obesas e 50 pessoas com sobrepeso inscritas para uma cirurgia de redução de estômago. Foram coletadas biópsias do tecido de gordura abdominal antes e depois de sessões de duas horas de infusão intravenosa de insulina e glicose.

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Entre os voluntários com sobrepeso, 21 foram classificados como sensíveis à insulina e 29 como resistentes ao hormônio. A gordura dos dois grupos apresentaram padrões praticamente idênticos de expressão genética na resposta à estimulação por insulina, e houve clara distinção em comparação aos participantes que nunca foram obesos.

Rydén acredita que a noção de obesidade metabolicamente saudável pode ser mais complexa do que se pensava, pelo menos em relação ao tecido adiposo subcutâneo. "Não parece haver uma marca clara que diferencie os indivíduos obesos com alta ou baixa sensibilidade à insulina. Isso indica que a obesidade em si é o principal fator que explica as mudanças na expressão genética."

Estudos

Segundo o especialista, cerca de 600 milhões de pessoas em todo o mundo são obesas e correm mais risco de desenvolver doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, câncer e diabete tipo 2.

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Na década de 40, cientistas relacionaram obesidade à doenças metabólicas e cardiovasculares, mas nos anos seguintes alguns especialistas passaram a questionar essa afirmação. No fim dos anos 90, novos estudos começaram a mostrar que alguns indivíduos obesos apresentavam um perfil metabólico e cardiovascular saudável.

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