
Estudo feito pelo Hospital das Clínicas (HC) aponta que os pacientes que recuperam peso expressivo após passar por uma cirurgia bariátrica apresentam diferença na produção do hormônio gastrointestinal GLP-1, responsável pela diminuição do apetite.
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A pesquisa realizada por profissionais do Serviço de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do HC foi publicada na revista especializada Obesity Surgery. Ao todo, 24 pessoas que foram submetidas a uma cirurgia bariátrica foram acompanhadas por cinco anos. Aqueles que se mantiveram obesos e reganharam mais da metade do peso perdido apresentaram diminuição nos níveis do GLP-1. Por outro lado, os pacientes que conseguiram emagrecer tinham níveis mais elevados de produção do hormônio.
O GLP-1 diminui o apetite através do aumento da sensação de saciedade no cérebro, e sua produção é estimulada pela cirurgia. De acordo com o autor do estudo, Marco Aurélio Santo, a descoberta abre novas perspectivas de tratamento para aqueles com problemas para emagrecer.
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Estudo
Os pacientes foram divididos em grupos A e B, com idades e Índice de Massa Corpórea (IMC) semelhantes. Segundo o responsável pelo Serviço de Cirurgia Bariátrica, nos primeiros dois anos do estudo todos emagreceram muito e chegaram a um peso semelhante, porém, a partir do terceiro, os dez pacientes do grupo B voltaram a engordar.
“É como se o organismo cansasse de produzir esse hormônio”, explicou Marco Aurélio em nota divulgada pelo HC. As causas da baixa produção, entretanto, ainda não foram descobertas pelos pesquisadores.
Sobre a cirurgia
Conhecida popularmente como redução do estômago, a cirurgia bariátrica reúne técnicas destinadas ao tratamento da obesidade e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal.
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, existem três tipos de procedimentos básicos, que podem diminuir a quantidade de alimentos que o estômago é capaz de comportar, que reduzem a capacidade de absorção do intestino ou, então, reúne características dessas duas técnicas.