A partir de 2017, o Ministério da Saúde vai incluir os meninos em sua campanha de vacinação contra o HPV, vírus que causa uma infecção que pode progredir para câncer, principalmente o de colo do útero, mas também o de pênis, garganta e ânus . O Brasil será o primeiro da América Latina a fazer isso.
De acordo com anúncio feito nesta terça-feira (11) pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, a vacina contra o HPV , vai estar disponível para os meninos de 12 a 13 anos. Até 2020, a faixa etária deverá ser ampliada para nove até 13 anos. A expectativa é de imunizar mais de 3,6 milhões de adolescentes no ano que vem, além de 99,5 mil crianças e jovens de nove a 26 anos vivendo com HIV/aids, que também passarão a receber as doses, e meninas de 14 anos.
A inclusão dos outros grupos foi feita após a pasta reduzir de três para duas as doses no esquema vacinal das meninas. Ao todo, são seis milhões de doses, ao custo de R$ 288,4 milhões adquiridas para o próximo ano. "A ampliação do acesso à vacinação, que é uma ação da atenção básica, pode impactar na alta complexidade, com a redução dos casos de câncer. Além disso, essa estratégia vem ao encontro da decisão de tornar a gestão mais eficiente e fazer mais com os mesmos recursos", afirmou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Adeilson Cavalcante.
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Os meninos também receberão duas doses da vacina, com um intervalo de seis meses entre cada uma. Já aqueles que possuem o vírus HIV precisam de três doses, com um intervalo de dois e seis meses.
Meningite C
O governo anunciou também uma ampliação da vacina contra meningite C para os adolescentes de ambos os sexo, e não apenas para crianças de trêsm cinco e doze meses de vida. Foram adquiridas 15 milhões de doses, a um custo de R$ 656,5 milhões. Até 2020, a vacinação será ampliada gradativamente para meninos e meninas de nove a 13 anos.
A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% do público alvo, formado por 7,2 milhões de adolescentes. A medida seria suficiente para proteger não apenas as pessoas vacinadas, mas também aquelas que não receberam o imunizante, já que a circulação do vírus poderá se tornar menor.
“É muito importante que os pais tenham a consciência de que a vacinação começa na infância, mas deve continuada na adolescência. Pais e responsáveis devem ter, com os adolescentes, a mesma preocupação que têm com as crianças”, disse a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, Carla Domingues. A Campanha Nacional de Vacinação de 2016 já foi voltada para o público com mais de dez anos.