Pesquisadores analisaram os efeitos do tabaco em diferentes órgãos além do pulmão e descobriram que fumar pode causar mutações no DNA. E o pior: aqueles que fumam um maço por dia acumulam cerca de 150 mutações extras em cada célula pulmonar anualmente.
LEIA MAIS: Adesivos, chicletes, remédios: especialistas explicam como largar o cigarro
O estudo foi divulgado pela revista especializada Science nesta sexta-feira (4). Os cientistas do Instituto Britânico Wellcome Trust Sanger e do Laboratório Los Alamos, nos Estados Unidos, estudaram mais de cinco mil tumores, comparando os casos de pessoas que tinham o hábito de fumar com não fumantes.
“Antes, nós tínhamos diversas evidências relacionando o ato de fumar com o câncer, mas, agora, podemos realmente observar e quantificar as mudanças moleculares no DNA”, afirmou Dr. Ludmil Alexandrov, autor principal do estudo.
LEIA MAIS: Pai divulga foto chocante da filha para fazer alerta sobre o câncer infantil
Você viu?
O tabaco tira a vida de pelo menos seis milhões de pessoas todos os anos, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número aumente para mais de um bilhão ainda neste século caso nada seja feito.
Fumar está associado a pelo menos 17 tipos de cânceres, e a causa pode estar ligada às mutações genéticas que os pesquisadores descobriram. Cerca de 97 alterações anuais foram verificadas em cada célula da laringe de fumantes que consomem um maço por dia, 39 na faringe, 23 na boca, 18 na bexiga e 6 no fígado.
LEIA MAIS: Quase metade dos brasileiros não sabe que o diabetes pode cegar
As mutações podem ocorrer de diversas formas. Na mais comum delas, o tabaco parece acelerar a velocidade do relógio celular, modificando o DNA prematuramente.
“Nossa pesquisa indica que a maneira que o ato de fumar causa câncer é mais complexa do que pensamos. Na verdade, nós não compreendemos completamente as causas dos diversos tipos de câncer. O estudo nos indica que olhar para o DNA do câncer pode providenciar pistas de como a doença pode se desenvolver e, assim, como ser prevenida”, afirmou o professor Mike Stratton.