Secretaria de Saúde descartou a possibilidade de uma vacinação em massa no Rio de Janeiro contra a febre amarela
Elza Fiúza/ABr
Secretaria de Saúde descartou a possibilidade de uma vacinação em massa no Rio de Janeiro contra a febre amarela

O surto de febre amarela que atinge Minas Gerais fez com que muitas pessoas de Estados vizinhos passassem a buscar a vacina em hospitais e postos de saúde. O problema é que o aumento na procura já fez com que as doses se esgotassem em muitos pontos do município do Rio de Janeiro. A média mensal de 5 mil doses aplicadas subiu para 17 mil em janeiro deste ano.

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A Secretaria Municipal de Saúde descartou, entretanto, a possibilidade de uma vacinação em massa no Rio de Janeiro . “Não há febre amarela na cidade. Portanto, só devem ser vacinadas as pessoas que passaram por avaliação médica, assim como aquelas que estão com viagem agendada para locais com registros da doença, como Minas Gerais, Amazonas, Pantanal e países como Colômbia, Bolívia, Equador e Peru, entre outros”, diz nota publicada nesta quarta-feira (25).

Atualmente, só os mosquitos Haemagogus e Sabethes, que ficam em áreas silvestres, transmitem o vírus no País. Nos centros urbanos, a doença poderia ser transmitida também pelo Aedes aegypti, o mesmo da zika, dengue e chikungunya, mas os últimos casos foram registrados em 1942 no Acre.

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A maior preocupação da Secretaria Municipal de Saúde é que, com esta ‘corrida’ para a vacinação, haja casos de reações adversas em pacientes com contraindicação. “Mesmo com o recebimento de nova remessa, também há o risco das doses se esgotarem com esta procura (quase) quatro vezes maior que a demanda regular, acarretando falta para atender às pessoas que vão de fato viajar para as áreas com risco da doença e para quem a vacinação seja indispensável.”

Vacinação

O imunizante já faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e é a única forma de se evitar a infecção. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), apenas uma dose da vacina já é suficiente para proteção por toda a vida. No Brasil, é aplicada uma dose aos nove meses de idade e um reforço aos quatro anos.

Já no caso de situação de emergência epidemiológica ou viagem para área de risco, o imunizante pode ser aplicado a partir dos seis meses de idade. Já se a criança não for vacinada aos 9 meses, deve tomar a vacina e o reforço com um intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.

Apenas os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro estão fora da área de recomendação para a vacina.

Não me vacinei até o 4 anos. E agora?

Pessoas que receberam as duas doses da vacina não precisam mais se vacinar, já aqueles que não receberam o reforço podem fazer isso mesmo que sejam adultos. Já quem nunca foi vacinado ou não tem o comprovante da aplicação devem administrar a primeira dose da vacina e, após dez anos, o reforço.

Casos específicos

Como as vacina pode gerar problemas para pessoas com o sistema imunológico mais baixo, pessoas com 60 anos ou mais que nunca tomaram a vacina só podem tomar o imunizante após avaliação médica. Já no caso de gestantes ela é contraindicada – podendo ser autorizada por um especialista se houver situação de emergência epidemiológica ou necessidade de viagem para área de risco. Lactantes de crianças com até seis meses devem suspender o aleitamento materno por 28 dias após a vacina.

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Pacientes com imunodeficiência devem passar por avaliação médica de risco-benefício antes de tomar o imunizante. Pessoas com histórico de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina contra febre amarela – ovo de galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos que contêm proteína animal bovina –, assim como pacientes com histórico de doenças do timo também devem buscar orientação.

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