As últimas fotos postadas pelo atual senador e ex-jogador de futebol Romário vêm chamando atenção de seus seguidores . Após realizar uma cirurgia bariátrica, o Baixinho perdeu muito peso. Mas o que gerou a maior discussão é que o procedimento foi realizado para o controle de diabetes, mesmo não sendo algo autorizado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina).
A Dra. Livia Lugarinho, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, explica que são utilizadas diferentes técnicas na hora de se realizar uma cirurgia bariátrica . As duas mais feitas no Brasil e no mundo são a “sleeve” e a “fobi-capella”.
“A ‘sleeve’ nada mais é que uma cirurgia em que parte do estômago do paciente é retirada. É feita a diminuição do órgão. Já a ‘fobi-capella’, além de reduzir bem o volume do estômago, promove uma mudança no trânsito intestinal”, afirmou a especialista. “No último caso, se faz uma saída rápida do estômago para o intestino. Parte do estômago não é retirada, mas grampeada.”
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Em ambos os casos, o procedimento é aprovado para quem tem obesidade grau 3, que era conhecida como obesidade mórbida, e IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 40. Já os com grau 2, com IMC maior que 35, também podem fazer caso apresentem doenças associadas ao excesso de peso, como diabetes, hipertensão, alteração do colesterol e apneia do sono. “Desde que, obviamente, a pessoa já tenha tentado passar por um tratamento clínico de perda de peso sem sucesso.”
O problema é que o caso de Romário não se encaixa nem nos dois casos permitidos, já que ele não era obeso, ou nas técnicas autorizadas pelo CFM. “Ele passou por uma interposição ileal, que é feita como a ‘sleeve’, mas, depois, a região final do intestino delgado é recolocada próxima ao estômago. Tira-se do final e se coloca no início”, explicou Dra. Livia Lugarinho.
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As sociedades brasileiras de Diabetes e de Endocrinologia e Metabologia e a da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica emitiram uma nota afirmando que ainda não foram feitos estudos para se avaliar os riscos, benefícios e complicações da técnica. “O que se sabe é que ela parece ser tecnicamente mais difícil de se fazer e mais propensa a causar complicações”, disse a especialista.
Em relação às outras técnicas de cirurgia bariátrica, a especialista afirma que os riscos são, de forma geral, muito pequenos. Se antes os cirurgiões precisavam fazer um procedimento aberto, hoje ele é feito por videolaparoscopia. “Já para o tratamento do diabetes, há muitos remédios que há dez anos, por exemplo, não tínhamos. Que ajudam a perder peso e também diminuem a mortalidade cardiovascular.”