Claire Jenna Ory tinha nove anos quando precisou sair da Inglaterra para estudar em uma nova escola na Suíça. A mudança fez com que ela desenvolvesse um transtorno de ansiedade chamado tricotilomania, em que as pessoas acabam arrancando os próprios cabelos aos poucos.
O transtorno de ansiedade foi se agravando anos mais tarde. Os pais tentavam controlar a filha, mas quanto mais ela ia para a escola, mais fios arrancava – principalmente após passar a usar peruca e os colegas começarem a fazer piadas sobre Claire. Quando já não tinha mais os da cabeça, passou a puxar os do corpo e sobrancelha também. Quando ela tinha 13, sua mãe morreu e o problema se agravou ainda mais.
Segundo reportagem do site The Sun, o problema acabou gerando danos permanentes no couro cabeludo da jovem. Arrancar os fios gera uma sensação de alívio ao paciente, mesmo que ele não esteja fazendo isso conscientemente. A pessoa pode, por exemplo, estar distraída assistindo televisão e puxando o cabelo.
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De acordo com especialistas, casos de estresse e depressão também podem ocasionar distúrbios de automutilação como a tricotilomania. A primeira coisa a se fazer é procurar um dermatologista para tratar a queda de cabelo. Em seguida, um tratamento com psicólogo deve ser iniciado para que a causa do problema seja tratada. Outros problemas de pele que podem ser provocados por questões emocionais são a acne, caspa, psoríase, lesões em joelhos e cotovelos.
A tricotilomania, se não tratada corretamente, também pode evoluir para uma tricofagia. Transtorno de ansiedade em que, além de arrancar os fios do cabelo, a pessoa passa a engolir os fios. O maior problema é que este hábito pode gerar um bolo de cabelo no estômago.
Transformação
Após anos escondendo o problema atrás de perucas, aos 18, quando se tornou modelo, Claire acabou descobrindo que poderia exibir sua careca sem problema algum. “Foi incrível, porque finalmente me senti bem. Me senti linda com a cabeça raspada.”
Hoje, aos 22, Claire também trabalha como artista de circo. Ela ainda usa perucas quando quer exibir um visual diferente, mas sofria com o medo de que o cabelo caísse durante uma de suas apresentações. Felizmente, uma nova técnica usa os fios que ela ainda tem na cabeça para fixar a prótese capilar.
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“Eu tenho um dano permanente, então meu cabelo não cresce mais. As extensões são presas por uma rede, que também está presa aos fios que ainda tenho”, explicou a jovem em sua página no Facebook. “É um pouco doloroso, já que eles puxam fio a fio, e também é um processo demorado, mas segura muito bem, e toda a equipe fez um excelente trabalho.”
Após 13 anos com o transtorno de ansiedade, Clair finalmente pode exibir seus novos cabelos sem medo de perdê-los sem querer. “Agora, posso lavar meu cabelo normalmente e estou fazendo muitas coisas pela primeira desde que era criança.”
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