Muito se fala sobre os problemas que o consumo exagerado do chocolate pode causar à saúde. Quem nunca, ao comer aqueles dois brigadeiros a mais na festa infantil, ou depois de se acabar em bombons sentiu medo do efeito negativo?
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Com a chegada da Páscoa, a preocupação aumenta ainda mais, e a lista de contras é enorme: além de engordar, provoca espinhas, entope as artérias do coração, causa gordura no fígado, piora a gastrite... Mas nem só de malefícios é feito o chocolate . A cardiologista do Hospital Cardiológico Costantini Carmen Weigert reafirma o que muitas pesquisas já revelaram, e alerta que não é preciso proibir o consumo do doce.
Para a especialista, essa iguaria pode passar de vilã a mocinha, pois cientistas revelam que o consumo pode ajudar na prevenção de infarto, trombose e a combater o colesterol ruim . E melhor: até os diabéticos, que têm restrições ao açúcar, estão inclusos nessa condição.
Isso acontece porque o cacau possui, naturalmente, minerais como o cobre, o magnésio e o potássio, que podem afetar positivamente o controle da pressão arterial e dos marcadores de risco cardiovascular por conta do seu alto conteúdo de flavonóides antioxidantes.
“Alguns estudos dizem que a massa do cacau contém antioxidante, semelhantes aos encontrados no vinho tinto. Eles evitam uma formação da placa do colesterol. Dessa forma, ajudam a diminuir a oxidação do colesterol ruim, conhecido como LDL”, explica Carmen.
Como deve ser feito o consumo?
O fator determinante para que a ingestão do doce funcione para aumentar a qualidade de vida é a quantidade consumida. “É permitido apenas 30 gramas ao dia” pondera a cardiologista. E não adianta “economizar” durante a semana, para comer tudo em apenas um dia. “Ainda que a pessoa tenha evitado o doce nos dias anteriores, o consumo não deve ultrapassar da quantidade indicada, ou o efeito será reverso e pode até piorar o quadro de saúde do indivíduo, principalmente tratando-se dos diabéticos.”
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No entanto, nem todos os tipos de chocolate são permitidos para quem quer ajudar a prevenir doenças. “O recomendado é o chocolate meio amargo, com mais de 50% de cacau, e amargo, aquele que tem entre 70% e 80% da matéria-prima”, afirma a cardiologista.
Para Carmen, é importante ressaltar que o consumo do doce não pode substituir o de frutas e fibras, ou até mesmo uma refeição inteira. “É importante que essa prática seja feita combinada com a realização de atividades físicas, uma dieta balanceada e acompanhamento nutricional”. Evitar fumo e ingestão de bebidas alcoólicas também é necessário.
Chocolates Diet não são opção para diabéticos
Para quem tem diabetes, o mais indicado é o chocolate amargo. E nada de consumir o doce na versão diet, conforme orienta Carmen. “Apesar desses tipos terem menos açúcar, para ficar mais saborosos as fabricantes colocam mais leite e gordura saturada, o que não é uma boa para o diabético.”
O momento ideal para o consumo é após a refeição, junto com outros alimentos, como complemento à sobremesa ou depois do café da manhã. “A presença de outros nutrientes, incluindo fibras, faz com que a absorção não seja tão imediata, diminuindo a possibilidade de uma hiperglicemia”, conta ela. Por isso, a ingestão em jejum fica proibida.