Em 2015, bebês com mães que tiveram gravidez na adolescência representavam 18% dos 3 milhões de recém-nascidos
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Em 2015, bebês com mães que tiveram gravidez na adolescência representavam 18% dos 3 milhões de recém-nascidos

O número de brasileiras grávidas na adolescência diminuiu nos últimos anos. De acordo com dados do Sinasc (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos) do Ministério da Saúde, a queda foi de 17%, o que, em números absolutos, representa cerca de 100 mil casos a menos em 11 anos.

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A pesquisa Saúde Brasil, que acompanhou mulheres durante o período da gravidez para verificar o perfil de fecundidade e mortalidade dos adolescentes brasileiros, foi realizada em 2015, quando foram registrados 546 mil grávidas entre 10 e 19 anos, e comparada com 2004, quando essa quantidade era de 661 mil. O número de crianças nascidas, de mães adolescentes nessa faixa etária, representa 18% dos 3 milhões de nascidos vivos no país em 2015.

Separadas por região, o Nordeste é onde se concentra a maioria dos casos, com 32% de meninas gestantes. O Sudeste não está muito atrás, e fica com a segunda posição do ranking, com aproximadamente 32% dos registros. O Norte vem em terceiro lugar, 14%, em seguida o Sul, 11%, e por último o Centro Oeste, 8%.

Redução

De acordo com a diretora do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES), Thereza de Lamare, entre os fatores que influenciaram a diminuição de casos de adolescentes gestantes, estão algumas medidas adotadas pelo governo. “A expansão do programa Saúde da Família, que aproxima os adolescentes dos profissionais de saúde, mais acesso a métodos contraceptivos e ao programa Saúde na Escola que oferece informação de educação em saúde”, afirmou ela.

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Hoje, 66% das gravidezes em mulheres com menos de 20 anos é indesejada. Mas, segundo o Ministério da Saúde, a pasta está trabalhando em outros esforços para reduzir ainda mais esse índice, como a divulgação em ações em parceria com as escolas, sobre educação sexual e direitos reprodutivos.

Uma das iniciativas é a distribuição da Caderneta de Saúde de Adolescentes (CSA), que tem versões masculinas e femininas. O material contém subsídios que orientam o atendimento integral dos jovens, com linguagem acessível, possibilitando ao adolescente ser o protagonista do seu desenvolvimento.

Prevenção

Como práticas contraceptivas, o órgão da Saúde disponibiliza pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a Pílula Combinada, Anticoncepção de Emergência, mini-pílula, anticoncepcional injetável mensal e trimestral, e diafragma, assim como preservativo feminino e masculino.

Recentemente, a pasta anunciou a oferta de DIU de Cobre em todas as maternidades brasileiras, o que inclui as adolescentes dentro desse público a ser beneficiado, pois é uma alternativa a mais para a adolescente que já teve uma gravidez precoce. “O DIU é um método que dura 10 anos, de longa duração e não precisa da adolescente ficar lembrando, o que é um fator importante para evitar a gravidez”, explica Thereza de Lamare.

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