A Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista, anunciou que vai reduzir os atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e vai desativar sua maternidade nesta segunda-feira (15).
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Com isso, as pacientes que ocupam os 27 leitos do setor e as 10 vagas da UTI neonatal estão sendo transferidas, a partir desta semana, para outros hospitais da região. Antes vista como referência nos serviços ligados à gestação, essa unidade da Santa Casa , que deveria fazer 237 partos por mês, segundo um acordo feito com a prefeitura, fez apenas 227 partos por mês no ano passado, ou seja, abaixo do esperado.
O motivo para o encerramento das atividades da maternidade
é a falta de verba. Afinal, o centro médico acumulou, como um todo, R$ 21 milhões em dívidas nos últimos sete anos, sendo que a maternidade é o setor mais oneroso. Hoje, o setor possui um déficit mensal de R$ 430,6 mil.
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A unidade é uma entidade filantrópica que recebe repasses do SUS. Ainda segundo as informações iniciais, o principal fator para tal dívida milionária seria a falta de reajuste na tabela do SUS desde 2005 e no repasse da Prefeitura há cinco anos.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, ao todo, são destinados R$ 4,4 milhões ao centro médico, vindos do Governo do Estado, do Ministério da Saúde e do tesouro municipal.
Campo Limpo e M'Boi Mirim
Ainda segundo a Secretaria, a partir desta segunda-feira o centro já não atenderá mais as pacientes e a maternidade encerrará os atendimentos às gestantes e aos bebês.
Logo, a partir desta terça-feira (16) não serão feitas novas internações e as pacientes já internadas estão sendo encaminhadas para as maternidades do Hospital Municipal do Campo Limpo e do M’Boi Mirim, ambos na zona sul da capital.
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Ainda pela manhã desta segunda, a Santa Casa deve se pronunciar a respeito do encerramento das atividades na maternidade e da dificuldade em fechar as contas do orçamento da entidade.