![Apesar da diminuição dos casos desde 2000, hanseníase continua atingindo mais de 20 mil pessoas por ano no Brasil Apesar da diminuição dos casos desde 2000, hanseníase continua atingindo mais de 20 mil pessoas por ano no Brasil](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/ds/ef/d3/dsefd36r0g0wkkan68nz7ex7q.jpg)
O Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o laboratório Carlos Chagas, da Fiocruz no Paraná estão desenvolvendo um teste molecular capaz de diagnosticar precocemente a hanseníase. O protótipo que deve estar disponível na rede pública de saúde em dois anos.
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A novidade já está em fase de validação e registro. De acordo com o chefe do laboratório, Milton Moraes, a ideia é colocar o produto que detecta hanseníase mais precisa e rapidamente à disposição dos principais laboratórios do país.
“Nos últimos 10 anos, o Laboratório de Hanseníase da Fiocruz tem investido em um exame para diagnóstico baseado na detecção da micobactéria que causa a doença”, explica ele. Com os avanços no protótipo, Moraes acredita que a criação desse mecanismo facilitará o tratamento da doença.
“Estes projetos hoje estão desenvolvidos em um ponto que já podemos oferecer ao paciente – em um centro de referência como o nosso – o diagnóstico preciso para que ele possa ser tratado adequadamente”, afirmou ele.
A doença infecciosa, conhecida popularmente por lepra, causada pela bactéria Mycobacterium lepra, afeta 25 mil pacientes por ano no Brasil. Ao detectar a enfermidade precocemente, é possível também interromper a transmissão e evitar novos casos.
Segundo Moraes, o recurso utilizado atualmente para diagnosticar a hanseníase é por meio de um teste sorológico, menos sensível para perceber a doença quando o paciente tem poucos bacilos. “O teste molecular é feito com a biópsia de pele ou o raspado dérmico do lóbulo auricular. Coloca-se em um tubo, recupera-se o DNA do material e ele é testado para o DNA da micobactéria. Pode ser uma lesão precoce, ainda sem a deformidade, que é um dos problemas maiores da doença quando ocorre o diagnóstico tardio”.
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Hanseníase tem cura
Mesmo sabendo que há tratamento para a doença, e com a queda no número de casos desde 2000, ainda são registrados 200 mil novos casos a cada ano no mundo todo. Só no Brasil, em 2016 foram 25 mil casos.
O Ministério da Saúde informa que a enfermidade pode ser tratada na rede de atenção primária de saúde que pode ser encontrada em todos os municípios do país, principalmente nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, áreas onde se concentra a maioria dos casos.
Por ser infecciosa, - mas não hereditária - familiares e pessoas que tiveram contato com vítimas da doença devem se dirigir a alguma unidade de saúde para fazer o exame de contato, pois ainda há possibilidade dessas pessoas serem infectadas.
A hanseníase atinge a pele e nervos periféricos, podendo causar incapacidade física. Os sintomas são dormência, manchas esbranquiçadas com perda de sensibilidade e nódulos avermelhados nas regiões afetadas. Ao perceber algum dessas características, o paciente deverá ser encaminhado para um atendimento médico o quanto antes.
*Com informações da Agência Brasil
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