O Ministério da Saúde incorporou um novo medicamento para o tratamento de esclerose múltipla no Sistema Único de Saúde (SUS). O remédio, teriflunomida, será mais uma opção para os pacientes que sofrem dessa condição, e, pela primeira vez, a droga de primeira linha de cuidado não será injetável e sim oral.
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A droga destinada à pessoas com esclerose múltipla estará disponível em até 180 dias nas unidades de saúde de todo país e deverá atender aproximadamente 12 mil pacientes que já recebem tratamento na rede pública, além dos novos casos diagnosticados.
Atualmente, o SUS oferece outros seis medicamentos os cuidados dessa doença: betainterferona, fingolimode, glatiramer, natalizumabe, azatioprina e metilprednisolona.
Além da novidade, as betainterferonas e o acetato de glatirâmer, que são os medicamentos de primeira escolha, oferecem menores riscos aos pacientes durante o tratamento. Já as outras opções, fingolimode e natalizumabe são reservados para pacientes que não obtiveram resposta às opções iniciais.
O SUS oferece ainda 277 hospitais habilitados como Unidade de Assistência ou Centro de Referência de Alta Complexidade em Neurologia/Neurocirurgia, no Brasil.
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Doença
”A Esclerose Múltipla é uma doença inflamatória autoimune desmielinizante, ou seja, causa danos à mielina (bainha que reveste os neurônios), e ainda não possui causa específica conhecida”, explica o clínico Marcelo Caldeira, do Centro de Infusões e Terapias (CIT RJ), da Oncoclínica.
De acordo com ele, entre os sinais mais frequentes estão perda dos movimentos e da sensibilidade, comprometimento do equilíbrio, da memória e da cognição, distúrbio de linguagem, fraqueza e cansaço crônico, disfunção sexual, visão dupla, dificuldade visual, problemas urinários, surtos e convulsões – em alguns casos, pois estão relacionados às áreas comprometidas.
O quadro clínico se manifesta, na maior parte das vezes, por surtos ou ataques agudos, podendo entrar em remissão de forma espontânea ou com o uso de corticosteroides. “Quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor a qualidade de vida do paciente após o início do tratamento”, ressalta Caldeira.
A doença afeta, geralmente, adultos na faixa de 18 a 55 anos de idade. No Brasil, a taxa de prevalência é de aproximadamente 15 casos por cada 100 mil habitantes. Há quatro formas de evolução clínica: remitente-recorrente (EM-RR), primariamente progressiva (EM-PP), primariamente progressiva com surto (EM-PP com surto) e secundariamente progressiva (EM-SP). A forma mais comum é a EM-RR, representando 85% de todos os casos no início de sua apresentação.
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