
O Brasil acaba de conquistar a honraria internacional de Centro de Referência e Excelência em Urticária pela unidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
Leia também: Medicação usada para asma é nova esperança para quem sofre de urticária crônica
O título que torna a unidade paulista um modelo no tratamento de urticária mundial foi aprovado em auditoria feita pela Globla Allergy and Asthma European Network, que condecora apenas 25 unidades hospitalares em todo o mundo com este certificado. Para participar deste seleto grupo, o centro precisou preencher mais de 30 requisitos exigidos pela organização.
Entre os critérios, alguns itens de destaque que foram avaliados foram a capacidade de realizar diagnóstico e tratamento conforme as diretrizes internacionais, contar com médicos especialistas em alergia e imunologia com expertise sobre a doença, desenvolver protocolo para investigar a enfermidade física, fazer pesquisa e publicar artigos na área e fazer ações educacionais sobre a doença para médicos e população em geral.
“Agora as atividades serão melhor estruturadas e sistematizadas de acordo com os guidelines [diretrizes] internacionais recentes”, esclarece a coordenadora da equipe de Ribeirão Preto, a professora Luisa Karla de Paula Arruda.
Leia também: Americana tem alergia a quase tudo, inclusive a outras pessoas
Para Luisa, a nova classificação será um instrumento capaz de ajudar a ampliar o conhecimento e o estudo na unidade do interior, por conta da maior interação com outros grupos de pesquisa.
A unidade faz, aproximadamente, seis mil atendimentos por ano, que são realizados somente com o encaminhamento da rede pública. O site do centro hospitalar oferece informações sobre a doença e outras dúvidas de saúde e canal de atendimento para dúvidas sobre as consultas e agendamentos.
Urticária

A urticária é uma irritação cutânea que aparece, geralmente, por alguma reação a medicamentos, cosméticos, alimentos ou outros fatores, como o estresse. Estima-se que entre 10% e 20% da população tem ou poderá ter urticária aguda em alguma fase da vida. Já nos casos da doença ser crônica, menos comum, menos de 1% da população é atingida.
São lesões inchadas e vermelhas que podem aparecer por qualquer parte do corpo. As marcas, que podem surgir em qualquer parte do corpo, têm desenhos e tamanhos diferentes, e são sempre acompanhadas de coceira. "Além do aspecto avermelhado, a coceira da urticária costuma incomodar muito e atrapalhar as atividades do cotidiano", explica Gilvan Alves mestre em Dermatologia pela Universidade de Londres e sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em adolescentes e adultos jovens. Normalmente, a lesão dura pouco tempo e depois some por completo, sem deixar marcas no local onde esteve.
"Não podemos afirmar que algo causa a urticaria, já que cada organismo reage de uma forma. As pessoas são alérgicas a algumas coisas e as lesões aparecem", explica Alves.
Ao notar os sintomas, o mais indicado é procurar um dermatologista. O tratamento começa a partir do momento que a causa é detectada, por meio de testes de contato ou exames de sangue. “O tratamento é à base de medicamentos anti-histamínicos, popularmente conhecidos como antialérgicos, que inibem a ação da histamina substância relacionada com o aparecimento da urticária”, completa o dermatologista.
Leia também: Confira quais são os 10 alimentos que mais provocam alergia