Nesta quarta-feira (8), mais de 200 pessoas participaram, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado de São Paulo, da campanha de captação de doadores de medula óssea. A iniciativa partiu da ação que mobiliza a procura de um doador para Tito Bastos, um menino de apenas três anos, diagnosticado com a Síndrome Mielodisplástica.
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Com dificuldade para encontrar um doador de medula óssea para o pequeno, os pais do garoto criaram a página “Tamo Junto Tito”, nas redes sociais, para divulgar o pedido de ajuda. Com um número alto de seguidores, mensagens de apoio e histórias de crianças que também estavam ou estão à procura de doadores são divulgadas por lá.
Por conta da mobilização, 210 pessoas se tornaram doadores de medula. Em sua página no Facebook, os pais de Tito agradecem e compartilham a novidade. Após descobrir o diagnóstico do filho, o jornalista Rodrigo Bastos decidiu publicar na internet o caso. “Eu achava que existia uma nuvem de preconceito sobre a doação, mas que era possível esclarecer e reverter. Começamos uma série de ações de divulgação e pedi para jornalistas e atores comentarem na página do meu filho”, explica Bastos.
Ele ainda acrescenta que a desinformação maior é a confusão que as pessoas fazem com a medula óssea com a espinhal. “As duas não se relacionam. A medula óssea é o tutano do osso, um líquido gelatinoso”, explica o pai.
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Seja um doador
A doença compromete o funcionamento desse tecido, que deixa de produzir as células sanguíneas maduras. Isso ocorre porque as células-tronco se multiplicam indefinidamente e ocupam o espaço das sadias. Atualmente, a única cura é o transplante.
Para atestar a compatibilidade e fazer o transplante, é preciso fazer um cadastro de voluntários no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), e ter entre 18 e 55 anos.
Assim, uma amostra de sangue é coletada para o exame do sistema antígeno leucocitário humano, também conhecido como HLA. Os dados genéticos ficam armazenados, bem como as informações dos pacientes.
“Depois desse procedimento, é feita a busca de compatibilidade. Quando se identifica um possível doador, o voluntário é contatado e são feitos exames para verificar o estado de saúde”, destaca a hematologista Eugênia Maria Amorim Ubiali, coordenadora médica do Hemocentro de Ribeirão Preto.
Se for confirmada a compatibilidade, o transplante acontece. Segundo os especialistas, a probabilidade da medula óssea de um paciente ser compatível com a do doador é de uma em 100 mil.