Caso de herpes zóster nas costas; doença, conhecida popularmente como cobreiro, também pode surgir no rosto
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Caso de herpes zóster nas costas; doença, conhecida popularmente como cobreiro, também pode surgir no rosto

Um novo aliado no tratamento do herpes zóster foi desenvolvido por cientistas. Os pesquisadores do Centro de Pesquisas em Doenças Inflamatórias (Crid) da USP descobriram como é gerada a dor aguda em pacientes que sofrem dessa condição que, geralmente, acabam desenvolvendo dores crônicas.

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Em um estudo que analisou o comportamento de camundongos infectados com o vírus do herpes simples (HSV-1), que age de maneira semelhante ao do Varicella zoster - causador do herpes zóster -, foi possível perceber uma molécula, conhecida como fator de necrose tumoral (TNF), que, ao ser combatida, poderá evitar a dor herpética. A pesquisa foi publicada na revista Journal of Neuroscience no começo de junho.

“Quando infectamos os camundongos, eles apresentam uma hipersensibilidade dolorosa, pois o vírus chega ao gânglio e promove uma inflamação nesse local. Examinamos vários aspectos dessa inflamação local, como o infiltrado de células, que contém macrófagos e neutrófilos [células de defesa do organismo], e caracterizamos a resposta imune”, explica o pesquisador principal do Crid e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP Thiago Mattar Cunha ao Jornal da USP.

O controle da inflamação é a peça chave para reduzir a dor aguda. No entanto, 40% dos pacientes permanecem sentido dores por até muitos anos, desenvolvendo o que os pesquisadores chamam de dor crônica. “Não se sabe muito bem a explicação para essa neuralgia pós-herpética. Acreditamos que processos envolvidos na dor aguda levam à cronificação dessa dor. Então, se compreendermos a dor aguda, conseguiremos prevenir a pós-herpética”, explica Cunha.

Herpes zóster

Conhecida também como cobreiro, a doença infecciosa é desenvolvida pelo vírus Varicella zoster , que é o mesmo capaz de provocar catapora na infância e está presente em 95% da população. Ele pode permanecer em estado latente ou inativo na coluna espinhal e reativado em pessoas imunossuprimidas ou após o indivíduo completar 50 anos, quando o organismo fica mais suscetível a quedas na imunidade.

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Ao ser infectado, há o surgimento de erupções cutâneas, similares às da infecção pelo herpes humano simples. Os sintomas geralmente aparecem nas costas ou no rosto e, em 96% dos pacientes apresentam dor nevrálgica é muito forte, capaz de impedir tarefas cotidianas como tomar banho ou se vestir, e pode continuar mesmo depois que as lesões sumirem, caracterizando a neuralgia pós-herpética.

Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos, a estimativa é de que a cada três pessoas, uma terá a doença em algum momento da vida. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) atende cerca de 10 mil internações causadas pelas complicações do vírus, conforme afirma o Sistema de Informações Hospitalares do SUS.

Tratamento

Geralmente, a cura acontece rapidamente e espontaneamente, mas, atualmente, existem medicamentos antivirais e analgésicos que ajudam a combater a dor e reduzir as lesões para evitar complicações futuras, como cegueira e surdez, caso as erupções surjam no rosto.

Para evitar a doença, a Anvisa liberou, há três anos, uma vacina contra o vírus do herpes zóster, a Zostavax, que é aplicada em pessoas acima de 50 anos, e ajuda a evitar a reativação do vírus e previne a incidência da nevralgia pós-herpética e seus quadros dolorosos. Gestantes não devem receber a imunização.

Por ser uma condição contagiosa, é importante tomar alguns cuidados ao perceber os sintomas da doença. Veja quais são as recomendações:

  • Ao notar os sintomas, não demore para procurar um médico. Quanto mais rápido o tratamento, melhores os resultados;
  • Sempre lavar as mãos com água e sabão antes e depois de tocar a área infectada;
  • Em caso das erupções arrebentarem, cubra o local com gaze para impedir que o líquido contamine outras partes do corpo;
  • Evite o contato com crianças e adultos que não tiveram catapora. Mesmo quem já teve está suscetível à doença, mas nesses casos, o risco é ainda maior;
  • Em casos de contaminação na região da testa, nariz ou ao redor dos olhos, o herpes zóster pode comprometer a visão seriamente. Por isso, nessas situações procure um oftalmologista o mais urgente possível.

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