Vacina que diminui o colesterol ruim ainda poderá ser alterada até sua produção para o mercado, estimada para 2023
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Vacina que diminui o colesterol ruim ainda poderá ser alterada até sua produção para o mercado, estimada para 2023

Uma injeção desenvolvida para controlar os níveis de colesterol no organismo pode estar mais perto da realidade do que nunca. Depois de testar o medicamento em ratos, os pesquisadores da Universidade Médica de Viena, responsáveis pelo protótipo do remédio, irão aplicar a vacina em humanos.

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São 72 voluntários que irão passar por um tratamento experimental de colesterol usando a vacina. A estimativa é que todos os participantes sejam analisados pelos próximos seis anos até os resultados serem suficientes para o lançamento do produto no mercado, conforme explicaram Guenther Staffler e sua equipe da Organização Holandesa de Pesquisa Científica Aplicada em entrevista publicada pela European Heart Journal.

Como uma alternativa aos comprimidos consumidos diariamente por pacientes que precisam diminuir o essa gordura , evitando que ela obstrua as artérias, a injeção irá funcionar por meio da ativação do sistema imune para atacar a proteína PCSK9 - responsável pela produção do mau colesterol, o LDL -, para que ela não se aglomere na corrente sanguínea.

Até o momento, os testes em camundongos apresentaram uma redução de 50% do LDL em um período de um ano, e também protegeu as artérias do deposito de gordura, conhecido como aterosclerose.

Riscos

Por estar em sua primeira fase de testes, até o final deste ano alguns problemas de segurança ou efeitos colaterais deverão ser reconhecidos e resolvidos antes dos estudos mais intensos avançarem. Os ajustes serão importantes, já que a vacina ainda não foi usada em humanos e muitas alterações poderão ser feitas até que o medicamento esteja pronto.

Um dos problemas que deverá ser solucionado é o risco da injeção aumentar a probabilidade do paciente adquirir diabetes . Essa é uma preocupação dos pesquisadores da Universidade Médica de Viena, que já está sendo observada cuidadosamente.

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"Ainda há muitas perguntas sobre essa abordagem poder funcionar em humanos", comentou Tim Chico, cardiologista da Universidade de Sheffield.

Mesmo assim, os cientistas estão confiantes de que a medida irá ajudar na prevenção de doenças do coração , derrames e angina. Especialmente para pacientes que não conseguem se adaptar com os medicamentos via oral, já que em algumas pessoas essas drogas não fazem efeito, essa será uma alternativa bastante interessante e eficaz.

Colesterol

Produzida naturalmente pelo próprio organismo, se trata de uma gordura encontrada na corrente sanguínea, usada como componente estrutural das membranas celulares do coração, cérebro, fígado, intestino, músculos, nervos e pele.

O colesterol é importante para o funcionamento normal dos órgãos, capaz de produzir hormônios como vitamina D, testosterona, estrógeno, cortisol e ácidos biliares que auxiliam na digestão de gorduras.

Dividida em dois tipos, o colesterol bom , HDL, ajuda a transportar a substância que está localizada no sangue até o fígado, onde ela se decompõe. Já o tipo ruim acaba acumulando a gordura nas paredes internas das artérias, deixando pouco espaço para o fluxo do sangue correr pelos órgãos.

O excesso de colesterol tipo ruim é responsável por aumentar as chances do indivíduo de desenvolver doenças cardiovasculares. Algumas pessoas têm os níveis dessa substância elevados por condições genéticas, além de comportamentos relacionados à má alimentação, consumo de álcool e cigarro e sedentarismo. Nesses casos, é importante que, mesmo com o uso de medicações, esses hábitos sejam evitados.

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