Unidades do Hospital de Câncer de Barretos foram obrigadas a suspender parte dos atendimentos após a instituição se tornar alvo de um ataque de hackers nessa terça-feira (27) . Além da sede, na cidade do interior de Sâo Paulo, também foram afetadas pelo ataque as unidades de Jales (SP) e de Porto Velho (RO), bem como os institutos de prevenção ao redor do Brasil.
A invasão ao sistema da instituição utilizou vírus semelhante ao propagado no megaciberataque que atingiu ao menos 150 países em maio deste ano
. O vírus ransonware espalhado pelas máquinas do Hospital de Câncer
cobra resgate no valor de US$ 300 em bitcoins (moeda virtual) por computador infectado. Somente a sede em Barretos possui cerca de 1 mil computadores e o pagamento do resgate de todas as máquinas ultrapassaria R$ 994 mil. A previsão é que o sistema esteja normalizado e em funcionado em até três dias.
Foram suspensos exames de aproximadamente 350 pacientes no setor de radioterapia de Barretos e Jales devido ao ataque. “Alguns aparelhos dependem da tecnologia, dos computadores, para que possam funcionar. Para garantir a segurança do paciente, até que o sistema volte ao normal, o tratamento nessas máquinas estará parado”, disse o coordenador médico do departamento, Daniel Marconi.
“É um programa que se aproveita da vulnerabilidade do sistema. Ele entra e criptografa alguns dados e lança uma tela pedindo resgate das informações”, explicou o coordenador do departamento de tecnologia da informação (TI) da instituição, Douglas Vieira dos Reis.
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Informações dos pacientes estão seguras
O problema foi percebido por volta das 9h da manhã dessa terça-feira. “Estamos mobilizados para resolver isso. Esse tipo de invasão não escolhe a empresa, é aleatório. Vale ressaltar que as informações dos pacientes estão seguras e preservadas”, disse o coordenador da TI.
Segundo o médico e diretor clínico do Hospital de Câncer, Paulo de Tarso, o atendimento em alguns setores foi suspenso. “É importante dizer aos pacientes que as situações de urgência e emergência estão sendo atendidas. Os que tiverem consultas e procedimentos é melhor vir ao Hospital para que possa ser reagendado”, relatou.