Um bebê britânico de apenas onze meses tem provocado bastante comoção e discussão no mundo todo nas últimas semanas. O motivo? Após uma longa batalha judicial, a Justiça do Reino Unido decidiu que os aparelhos que mantêm a criança viva devem ser desligados.
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Desde então, os pais do menino, batizado de Charlie Gard , estão tentando fazer de tudo para que a decisão não seja levada à diante. Até o papa Francisco e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se envolveram na discussão, em defesa da família do bebê.
Mas, afinal, qual é a doença rara que acomete Charlie Grad?
Conhecida como síndrome de depleção do DNA mitocondrial, essa condição genética é muito rara e está relacionada ao esgotamento do DNA mitocondrial, capaz de provocar danos no cérebro e músculos.
O DNA é encontrado nas mitocôndrias das células, uma organela presente na maioria delas, nas quais a respiração e a produção de energia ocorrem.
Isso significa que, quem tem a doença, não consegue encaminhar energia para os músculos, rins e cérebro. Dessa forma, o paciente fica incapaz de movimentar os braços e as pernas, além de não conseguir comer e nem respirar sem ajuda de equipamentos médicos.
A enfermidade geralmente aparece nos primeiros anos de vida da criança, e apenas 16 outros casos já foram identificados com essa doença, que não tem cura, porém, possui alguns tratamentos que conseguiram provocar uma redução nos sintomas.
Novo tratamento
Entre as novidades da medicina, a terapia by-pass de nucleosídeo, feita por meio de medicação oral, poderia ser uma alternativa para salvar a vida de Charlie.
Esse tratamento poderia, teoricamente, reparar o DNA mitocondrial do bebê e ajudar a sintetizar novamente, fornecendo compostos que deveriam ocorrer naturalmente mas seu corpo não é capaz de produzir.
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Desde que os médicos conseguiram diagnosticar o bebê com a síndrome, os pais, Connie Yates e Chris Gard, passaram a procurar um tratamento adequado para ele no país, mas as buscas não tiveram sucesso.
No entanto, nos EUA esse procedimento já ocorre, e, de acordo com um especialista americano, com essa terapia, 18 pessoas foram tratadas. Porém, nenhuma delas enfrentava uma condição tão grave quanto de Charlie. Ainda sim, os pais da criança gostariam muito de tentar o tratamento no bebê - alternativa que foi negada pela Justiça britânica.
Situação
Após afirmar que o hospital onde o bebê estava internado, o Grande Hospital Infantil de Ormond Street, em Londres, desligaria os aparelhos usados por Charlie na última sexta-feira (30), a entidade resolveu dar mais tempo para a família.
Trump e o Vaticano já se manifestaram em apoio à criança, e ofereceram tratamento gratuito para Charlie Gard em seus países. No entanto, conforme a decisão judicial, o bebê não foi autorizado a sair do hospital no país onde vive.
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