Em um artigo publicado pela revista britânica The Lancet, onde foi traçado um panorama inédito entre o vírus Zika e a microcefalia, concluiu que novos surtos da doença podem acontecer, principalmente, em regiões que ainda não foram afetadas pela epidemia.
Leia também: STF irá julgar em plenário ação que pede descriminalização da maconha
Assim como ocorre com outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo com a declaração do Ministério da Saúde de que a emergência nacional contra o vírus Zika declarada no dia 11 de maio deste ano, ainda é preciso manter as medidas de prevenção da infecção.
“Baseados nas experiências e no estudo de outras arboviroses [doenças transmitidas por mosquitos], pensamos que outras regiões não afetadas vão apresentar surtos localizados e é fundamental que haja um sistema de vigilância bem aprimorado logo no início dos casos”, declarou o pesquisador Wanderson Kleber de Oliveira, um dos autores do estudo e ex-coordenador-geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde.
Oliveira ainda destaca que houve uma redução importante da circulação do vírus da doença. “Mas não sabemos se irá apresentar características sazonais, se virá, por exemplo, de dois em dois anos. É importante ter ações de controle e prevenção, como o uso de repelentes, roupas mais compridas, iniciativas mais baratas, acessíveis e que possam ser adotadas por todas as pessoas”, ressalta ele.
Leia também: Teste rápido para detectar HIV será vendido em farmácias no final deste mês
Vacina
De acordo com o pesquisador, a semelhança com o vírus da dengue é um entrave para o combate à doença, porque torna necessário um teste que identifique a infecção em um período mais longo.
Mas, alguns avanços nas pesquisas sobre o tema com o uso de uma bactéria conhecida como Wolbachia que atua na inibição da Zika e a criação de testes laboratoriais específicos, como o sorológico, para detectar a doença.
“Sorológico e vacina são os principais instrumentos. O ministério [da Saúde] está desenvolvendo a vacina e a esperança é de que possa ser utilizada nos próximos anos”, afirmou Oliveira.
Não há como prever
A análise também revelou que saber quando e onde ocorrerão os próximos surtos do vírus no país é um desafio. “O que acontece é que nós não temos nenhum histórico, em nenhuma parte do mundo, de uma epidemia com essa magnitude e com essas dimensões enfrentadas em 2015 e 2016. O Zika é um vírus que foi introduzido bem antes [desses anos], mas cujas consequências se deram em 2015”, explicou o pesquisador.
*Com informações da Agência Brasil
Leia também: Ministério da Saúde afirma que vai continuar utilizando remédio chinês