Cirurgia inédita no Hospital de Câncer de Barretos durou cerca de oito horas e contou com 16 profissionais
Divulgação/Hospital de Câncer de Barretos
Cirurgia inédita no Hospital de Câncer de Barretos durou cerca de oito horas e contou com 16 profissionais

Profissionais do Hospital de Câncer de Barretos , no interior de São Paulo, valeram-se de uma tecnologia pioneira para operar um bebê de apenas dez dias de vida nesta semana. A criança havia sido diagnosticada, ainda na barriga da mãe, com tumor em uma das nádegas e precisou ser operada com urgência pois o câncer já adentrava para o seu abdomen. A cirurgia durou cerca de oito horas e a menina se recupera bem e deve receber alta em breve.

De acordo com o Hospital de Câncer , o tumor foi descoberto na última ultrassonografia pré-natal da mãe e os médicos indicaram o parto cesárea, pois a criança já apresentava alterações. A menina foi encaminhada à unidade infantojuvenil do hospital com apenas três dias de idade.

A descoberta precoce foi o que tornou a cura da criança possível, segundo explicou a cirurgiã oncológica pediátrica responsável pelo caso, doutora Vilani Kremer.

Para realizar a cirurgia , a equipe da doutora Kremer precisava de uma lente que permitisse uma melhor visualização do tumor da recém-nascida. Assim, os médicos conseguiram junto à empresa Strattner o empréstimo de uma lente de alta definição da Karl Storz, que é capaz de aumentar o campo de visão em até 20 vezes.

"O uso do exoscópio é pioneiro em cirurgia oncológica pediátrica no país. Na Europa já há descrição de uso nessa especialidade em casos esporádicos. Com o uso da lente, podemos ter uma melhor precisão na ressecção dos tumores, principalmente, para os récem-nascidos e para as cirurgias onde há a necessidade de reconstrução de estruturas adjacentes ao tumor. Essa lente também é usada em cirurgias pediátricas de reconstrução de mal formação congênita", explicou a médica Vilani Kremer.

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A cirurgia

A cirurgia na recém-nascida mobilizou 16 profissionais e durou cerca de oito horas. A equipe responsável pelo procedimento foi formada por dois cirurgiões, dois anestesiologista, um radiologista, três enfermeiras, cinco técnicos de enfermagem e dois colaboradores de uma empresa que representa a Karl Storz no Brasil.

De acordo com Vilani, o instrumento auxilou a equipe médica a ter uma melhor visualização da região tumoral e das estruturas ao redor da lesão, já que se tratava de um bebê com pouco dias de vida, que além da ressecção do câncer, ainda precisou de reconstrução das estruturas anatômicas.

Para garantir o sucesso da ressecção do tumor e do cóccix (osso de onde o tumor tem origem), ainda foi utilizado a ressonância magnética intra-operatória, sendo a cirurgia combinada com o exame de imagem, inéditos para este tipo de lesão.

A médica do Hospital de Câncer de Barretos explica ainda que o pós-operatório requer cuidados, mas a menina se recupera bem, sem complicações e deve receber alta em breve.

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