O tratamento para pessoas com hepatite C vai mudar. O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (27) que, independentemente do estágio da doença e do comprometimento no fígado, o paciente irá receber, gradativamente, medicamentos que têm apresentado 90% de cura em seus resultados.
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Hoje, o Brasil conta com 135 mil pessoas diagnosticadas com hepatite C . Com a nova medida, a pasta afirmou que deverá reduzir pela metade os custos no tratamento, que era de U$ 6,9 mil e irá para U$ 3 mil. Essa mudança poderá incluir até três vezes mais pessoas do que as atendidas atualmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Um dos motivos apontados como facilitador para a economia é que a modalidade de compra dos medicamentos sofosbuvir, daclatasvit ou simeprevir, conhecidos como “combinação 3D” será diferente. Agora o ministério vai condicionar os pagamentos para indústria farmacêutica à comprovação da cura do paciente.
Dessa forma, o governo pretende zerar a fila de pacientes graves que esperam pelo tratamento adequado da doença, que conta com quase 3 mil pessoas. Até então, a prioridade é para pacientes com grau avançado da infecção. A estimativa é que em até dois anos, todos estejam recebendo a medicação.
Prevenção
Há cinco estágios da enfermidade, desde o F0 ao F4. Ao ultrapassar essas etapas, a doença pode evoluir para outras complicações mais graves como cirrose ou câncer de fígado, fazendo com que o paciente precise passar por um transplante do órgão.
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Por não apresentar sintomas e ser conhecida como uma doença silenciosa, a maioria das pessoas descobre que está infectada por meio de exames de sangue de rotina ou quando vão doar sangue. Para aumentar o controle da doença, a pasta informou também que deverá aplicar 12 milhões de testes em todo o país para ajudar a detectar o vírus.
“Queremos alcançar as 135 mil pessoas que estão contaminadas em qualquer nível de hepatite. Nesse ano, após os 12 milhões de testes de hepatite C, vamos procurar identificar mais pessoas que precisam do tratamento. Há muitas pessoas com hepatite que não sabem. A testagem é fundamental”, ressaltou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Hepatites B e C
Apenas em 2016, os registros de hepatite C chegaram a 27.358 casos no Brasil. Esse total mostra que a cada 100 mil habitantes 13,3 pessoas tiveram a doença no ano passado. Transmitida pelo contágio com sangue contaminado, como transfusão de sangue, sexo desprotegido e compartilhamento de objetos de uso pessoal como agulhas de tatuagem, alicates, tesouras, a infecção ainda não possui vacina preventiva.
No mesmo período, 42.830 casos de hepatites virais foram notificados. Nestes registros, 14.199 ocorrências correspondem à hepatite B
, o que equivale a 6,9 casos por 100 mil habitantes. A transmissão da hepatite B se dá por sexo desprotegido e sangue contaminado. De acordo com Ministério da Saúde, a vacina disponível no SUS
é a melhor estratégia de prevenção contra a doença.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as hepatites virais (tipos B e C) causaram 1,4 milhão de mortes em 2015, em todo o mundo. A maioria ligada às doenças hepáticas crônicas, como cirrose e câncer no fígado. No ano passado, 2.541 pessoas morreram em decorrência de hepatites virais, das quais 79,8% relacionadas à hepatite C.
*Com informações da Agência Brasil
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