Crianças procuraram a Fiocruz para tratar outro problema, e foram diagnosticadas com o fungo na cabeça
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Crianças procuraram a Fiocruz para tratar outro problema, e foram diagnosticadas com o fungo na cabeça

Pesquisadores do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) constataram a presença do fungo Microsporum audouinii em duas crianças do Rio de Janeiro. Essa é a primeira vez na literatura médica que se tem notícia do micro-organismo no Brasil.

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O novo fungo foi descoberto na África, mas já havia sido reportado em países europeus geralmente depois de pessoas terem voltado de viagens ou em caso de refugiados. Entre 2010 a 2016, a cidade com maior número de casos foi Paris, na França.

Os meninos, de 6 e 8 anos, são de Manguinhos e apesar de nunca terem viajado para a África foram diagnosticados com uma infecção de Tinea capitis, conhecida também como micose da cabeça. A doença é muito comum na América do Sul, mas geralmente tem como o causador o fungo Microsporum canis , transmitido por cães e gatos.

De acordo com o coordenador da equipe do INI/Fiocruz em laboratório, Rodrigo Almeida-Paes, as crianças foram levadas à Fiocruz para outro tratamento, e a médica, Anna Sales, que recebeu os meninos percebeu as lesões no couro cabeludo e resolveu investigar.

Ao analisar as amostras de cabelo que foram levadas ao laboratório, ao invés de encontrar o Microsporum canis , a análise morfológica e, depois, o DNA do fungo, comprovou que o responsável pela doença era o Microsporum audouinii .

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Doença

Conhecida como Tinea capitis ou tinha do couro cabeludo, essa é uma infecção fúngica que afeta a região capilar e os folículos pilosos, fazendo com que pequenas placas pruriginosas de pele sejam formadas.

Como a infecção aconteceu?

No início, os pesquisadores não tinham uma resposta para esclarecer a dúvida de como as crianças foram infectadas pelo fungo. Porém, conforme relatado no artigo desenvolvido pela equipe e que será publicada no periódico científico “Mycopathologia”, o micro-organismo sempre esteve presente em território nacional.

Isso significa que, para os estudiosos, há duas possibilidades: ou os fungos Microsporum canis e Microsporum audouinii sempre foram confundidos, ou então, mesmo que identificado, jamais foi reportado ao Ministério da Saúde ou outros órgãos de vigilância, já que essa atitude não é obrigatório.

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