No início da vida escolar, o advogado Vinicius Lourenço, de 24 anos, natural de Mairiporã (SP), recebia muitas broncas da professora por, durante suas atividades, colorir os desenhos das frutas com cores diferentes das que realmente são. O problema é que o jovem tem daltonismo e, na época, os familiares e membros da escola em que estudava não chegaram a desconfiar da situação.

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O daltonismo é um distúrbio de visão caracterizado pela dificuldade em diferenciar as cores e, justamente por isso, Lourenço acreditava que estava fazendo as pinturas da forma correta, ou seja, como ele realmente vê as colorações dos alimentos. Contudo, por ser uma criança muito “bagunceira”, conforme ele mesmo descreve, a família e os educadores achavam que era apenas falta de atenção.

O diagnóstico da condição só veio à tona anos mais tarde, quando ele já cursava a 2ª série do Ensino Fundamental. “Eu estava em uma feira de ciências no colégio, e a irmã de um colega falava sobre o tema. Fiz os testes e constataram que eu sou daltônico”, conta o advogado.

Histórias como essa não são raras e, por isso, é importante detectar a doença o mais cedo possível para evitar constrangimentos às crianças. “O diagnóstico precoce é fundamental para que o paciente desenvolva estratégias e alternativas para a realização de tarefas corriqueiras”, explica Ticiana Fuji, oftalmologista do Hospital CEMA.

Atividades que estimulam combinar as cores podem revelar se a criança possui daltonismo
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Atividades que estimulam combinar as cores podem revelar se a criança possui daltonismo



Em crianças menores de três anos, quando ainda há dificuldade em se expressar verbalmente, o problema pode passar despercebido. Por isso, em brincadeiras que demandem combinar tonalidades iguais, os pais já podem notar os primeiros sinais. “Quanto mais grave, mais provável será de identificar mais cedo. Mas, há vários pacientes que só descobrem na vida adulta”, relata a oftalmologista do Instituto Brasileiro de Oftalmologia, Maria Vitória Moura Brasil. 

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Tipos de daltonismo

Em todo o mundo, estima-se que 7% da população masculina sofra com a condição – enquanto que, no público feminino, o problema é mais raro, atingindo cerca de 1%. “O daltonismo é uma alteração genética associada ao cromossomo X.  Os homens só apresentam um cromossomo deste tipo e, caso carreguem o gene, a doença se manifestará, por isso a maior incidência nesse público”, explica Ticiana.

 O distúrbio genético é, ainda, dividido em três tipos . Conheça cada um:

  • Protanopia: Diminuição ou ausência do pigmento vermelho e, nesse caso, a pessoa enxerga em tons de bege, marrom, verde ou cinza;
  • Deuteranopia: Ausência ou diminuição das cores verde. Na falta deles, enxerga-se em tons de marrom;
  • Tritanopia: Dificuldade em enxergar tons de azul e o amarelo, que adquire tons rosados.

Faça o teste 

Uma das formas mais usadas de constatar se a pessoa é daltônica, conforme explica Maria Vitória, é por meio do Teste de Ishihara . Nesse método, o paciente deve reconhecer os números que estão sendo exibidos. A realização é simples, mas é importante destacar que somente um médico especializado poderá concluir o diagnóstico, por meio de testes clínicos e avaliação individual.

Agora, veja a imagem abaixo. Você consegue ler com facilidade todos os números que estão nela?

Não conseguir ler todos os números da imagem pode ser um sinal de que a pessoa é daltônica
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Não conseguir ler todos os números da imagem pode ser um sinal de que a pessoa é daltônica

Na primeira fileira (da esquerda para a direita), as repostas são: 7, 13 e 16. Já na segunda linha, na mesma ordem, temos: 8, 12 e 9. Caso não tenha conseguido identificar todos, procure um oftalmologista – assim, você saberá se sofre de algum dos tipos de daltonismo.

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