Como você faz a higiene do seu banheiro? É preciso ficar atento ao que você usa para cuidar da casa sem deixar de cuidar da sua saúde. Isso porque, de acordo com um estudo, o contato com água sanitária e outros produtos de limpeza podem aumentar as chances de desenvolver uma doença pulmonar potencialmente fatal.
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Segundo a pesquisa, realizada pelo Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica, ao respirar regularmente alguns elementos químicos de produtos de limpeza , os malefícios causados no pulmão são similares aos problemas provocados pelo cigarro, já que o risco de adquirir doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) – causada geralmente por tabagismo - pode ser até 32% maior.
Essa conclusão pode ser aplicada a enfermeiros, faxineiros e pessoas que usam essas substâncias diariamente em suas rotinas.
Até então, estudos anteriores já haviam relacionado a exposição a desinfetantes com problemas respiratórios, como a asma, mas pouca atenção foi dada à sua contribuição para a DPOC .
A DPOC é um grupo de condições pulmonares que causam dificuldades respiratórias, incluindo enfisema, onde há danos nos sacos de ar nos pulmões, ou bronquite crônica, que é a inflamação de longo prazo das vias aéreas. Aproximadamente três milhões de britânicos sofrem com a condição.
Como o estudo foi feito
O estudo liderado pela Dra. Orianne Dumas, do Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica, analisou os enfermeiros que precisam desinfetar instrumentos e alas como parte de seus deveres.
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Para a avaliação, foi observado o contato com desinfetantes específicos, como o glutaraldeído, um bactericida forte usado para fazer a higienização de instrumentos médicos, água sanitária, peróxido de hidrogênio, álcool e compostos de amônio quaternário, conhecidos como "quats", principalmente utilizados para desinfecção de baixas condições de superfícies, como pisos e móveis.
"Descobrimos que os enfermeiros que usam desinfetantes para limpar superfícies regularmente - pelo menos uma vez por semana - tiveram um risco aumentado de ter DPOC de 24% a 32% do que os outros”, afirmou Orianne.
Os resultados foram baseados em mais de 55 mil enfermeiros dos EUA, que começou em 1989 e analisou os profissionais que ainda trabalharam na profissão em 2009. Eles foram acompanhados por oito anos, durante o qual 663 deles foram diagnosticados com DPOC.
Apesar de essas serem conclusões preliminares e de mais pesquisas precisarem ser realizadas, é necessário que o impacto da doença pulmonar em relação a exposição ocupacional vitalícia aos produtos químicos seja levado em consideração.
"Nossas descobertas fornecem evidências adicionais aos efeitos da exposição a produtos químicos em problemas respiratórios e destacam a urgência de integrar considerações de saúde ocupacional em diretrizes para limpeza e desinfecção em ambientes de saúde, como os hospitais”, concluiu a especialista.
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