Um novo estudo sugere que a utilização da terapia genética no tratamento de câncer, anunciada há alguns dias como uma revolução no que diz respeito à doença, pode apresentar sérias reações aos pacientes. O artigo de revisão foi publicado nesta terça-feira (19) na “Nature Reviews Clinical Oncology”.
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No final de agosto, os Estados Unidos autorizaram comercialmente a técnica CAR T-cell, conhecida como uma terapia genética contra as células do câncer . A inciativa foi considerada como “histórica” e “uma nova abordagem para o tratamento da doença e outras condições graves que podem ser letais” pela FDA, órgão dos EUA equivalente a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Porém, novas informações revelam diretrizes para os oncologistas que irão lidar com esses medicamentos. O documento escrito por especialistas do MD Anderson, da Universidade do Texas (EUA) analisou trabalhos de diversos centros de pesquisa e também apontaram insights com mais de 100 pacientes tratados por ele e outras instituições em estudos experimentais.
O tratamento, segundo as primeiras avaliações, já pode ser usado pelas crianças e adultos americanos com leucemia linfoide aguda (LLA). O processo se dá porque o DNA do linfócito T é editado para reconhecer o tumor. Aproximadamente 83% das pessoas não apresentaram sinais da condição após a intervenção.
No entanto, o artigo mostra que embora a CAR T tenha uma resposta de melhora da doença significativa, a técnica é mais tóxica e provoca efeitos colaterais que não são comuns nos tratamentos convencionais.
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Reações
Os ensaios clínicos apresentaram duas reações adversas. A primeira é conhecida como síndrome de liberação de citoquinas (SIR). Ela acontece quando as citoquinas aparecem em resposta imune progressiva, provocando sintomas que podem ser confundidos com os da gripe, porém, nesses pacientes, pode ser faltal.
Além disso, é possível o desenvolvimento da síndrome de encefalopatia, causando toxicidade neurológica, o que pode levar ao inchaço do cérebro, outro efeito colateral que pode provocar a morte.
Apesar dos problemas, os pesquisadores ressaltam que as condições são passiveis de tratamento, se forem identificadas precocemente.
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