O neuroma de Morton causa intensas dores no pé afetado; condição pode ser evitada ao utilizar calçados apropriados
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O neuroma de Morton causa intensas dores no pé afetado; condição pode ser evitada ao utilizar calçados apropriados


A paixão pela corrida fez com que, em abril de 2016, a dentista Ana Paula Mayrink de Sousa participasse de uma Meia Maratona no Rio de Janeiro. Após completar o percurso de 21km, ela percebeu que os dedos do pé esquerdo estavam dormentes. Na ocasião, não se importou com o fato, mas o problema persistiu por uma semana, o que a fez ir ao médico. O especialista solicitou uma ressonância magnética e logo veio o diagnóstico: Ana Paula estava com neuroma de Morton.

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A princípio, o nome pode parecer um tanto quanto estranho e assustador, mas não se trata de uma patologia maligna. O neuroma de Morton é uma inflamação que deixa os nervos dos pés mais espessos, desenvolvida com mais frequência entre o terceiro e quarto dedo, causando intensas dores na região. E o principal motivo para o problema é o uso de calçados inadequados. 

Aliás, foi exatamente essa a causa que levou a dentista a desenvolver o problema. Durante muito tempo, a prática de exercícios físicos, principalmente a corrida, era feita com um calçado que não era ideal para ela. “Quando eu parava de correr e tirava o tênis, já começava a sentir o dedo dormente . A sensação era de formigamento e parecia que eu estava pisando em agulhas. Não sentia os dedos do pé de jeito nenhum”, conta.

Após passar por diversos períodos de sofrimento, Ana Paula conseguiu, no início deste mês, livrar-se das dores, ao adquirir um tênis apropriado. “Viajei para Miami e comprei um modelo muito bom. E foi o primeiro que eu corri e realmente não senti nada depois. O pé fica tranquilo”, relata.

O ortopedista especialista em pé e tornozelo, Dr. Alejandro Zoboli, explica que a corrida, por se tratar de um esporte de alto impacto e movimentos repetitivos, exige bastante dos pés e das articulações. “É fundamental usar calçados que apresentem um bom amortecimento, com solado pouco flexível e de material leve para evitar a sobrecarga mecânica na frente do pé e, consequentemente, o aparecimento do neuroma de Morton”, diz.

Tratamento

Depois de o problema ser detectado, os cuidados envolvem, basicamente, evitar sapatos de salto alto e aqueles que, de alguma forma, apertam os dedos. Caso contrário, o pé poderá ficar dolorido e formar bolhas  e calosidades. Além disso, pode-se optar pelas palmilhas personalizadas, que ajudam a aliviar a irritação causada pelo movimento dos ossos e, dessa forma, reduzir a pressão sobre o nervo inflamado.

Em alguns casos, após a avaliação médica, os pacientes podem fazer uso de medicamentos. “Os analgésicos e anti-inflamatórios ajudam a melhorar os sintomas dolorosos na fase aguda”, ressalta o Dr. Zoboli.

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Reprodução/Instagram/elkabarros
Elka também utiliza um massageador para aliviar as terríveis dores que sente nos pés

A professora de Geografia Elka Vieira de Moura explica que, além do tratamento convencional, optou por medidas paliativas. “Faço compressas de gelo, e costumo encher uma garrafa pet para fazer movimentos de vai e vem com os pés, e aliviar as dores”, relata.

Elka descobriu o problema há três anos e, desde então, sofre com dormência entre os dedos, queimação e ardência. A dor é tão forte, que ela precisou se afastar de suas atividades para poder cuidar exclusivamente do problema.

Além do neuroma de Morton no pé direito, a docente possui metatarsalgia em ambos – dor na parte frontal do pé – e, por isso, teve a necessidade de substituir os calçados que costumava utilizar. “Antes, eu usava sapatilha de maneira inadequada e, hoje, não posso mais usá-las porque me provoca dores terríveis. No momento, uso tênis e um sapato com solado mais rígido”, diz.

Tem cura?

O tratamento não invasivo requer disciplina do paciente para que ele apresente melhoras. Contudo, caso todas as opções disponíveis já tenham sido aplicadas e a pessoa ainda se queixe dos sintomas , é possível recorrer ao procedimento cirúrgico e, assim, curar a doença. Por enquanto, tanto Ana Paula quanto Elka preferem não passar pela intervenção cirúrgica.

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Cabe ressaltar que, depois da cirurgia , é necessário seguir algumas recomendações para evitar que o nervo fique inflamado novamente, e o neuroma de Morton apareça mais uma vez. Para isso, alongar os músculos das pernas e dos pés e controlar a frequência e a intensidade das atividades físicas são medidas essenciais. 

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