Você já ouviu falar em molusco contagioso? O nome pode parecer estranho, mas a doença existe e pode se agravar caso não seja realizado o tratamento adequado logo no início. Com aparência similar às verrugas ou a herpes, o problema é pouco popular. 

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Molusco contagioso forma pequenas pápulas umbilicadas e brilhosas na pele; ao coçar, pode atingir outras regiões do corpo
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Molusco contagioso forma pequenas pápulas umbilicadas e brilhosas na pele; ao coçar, pode atingir outras regiões do corpo

Para quem nunca leu nada a respeito, o molusco contagioso é uma infecção viral que causa pequenas pápulas umbilicadas, cristalinas, brilhosas e translúcidas na pele. Aos primeiros sinais, deve-se procurar um dermatologista para que possa ser feito o correto diagnóstico. Isso porque, ao coçar a região afetada, o vírus começa a se propagar pela derme e, como consequência, pode se espalha por todo o corpo.

De acordo com a dermatologista da Doctoralia, Dra. Luciane Pesqueira, a patologia afeta especialmente crianças até os 12 anos e está relacionada com a pele ressecada e irritada. “O problema pode surgir, muitas vezes, por queda de imunidade transitória mediante irritação dérmica ou dermatite atópica ”, explica a médica. 

Além disso, pode ocorrer também em adultos, na região genital, através de relações sexuais.

A reportagem do iG  fez uma pesquisa com 60 mães para saber se elas conheciam o molusco contagioso, doença bastante comum entre os pequenos, e o resultado indica que 61,6%, ou seja, 37 entrevistadas, desconheciam totalmente a condição de nome incomum.

Como tratar?

Quando a doença é detectada logo no começo, o processo consiste em utilizar medicações que são aplicadas diretamente sob a região da pele afetada. Entretanto, se o problema demorar a ser detectado e se espalhar pelo corpo, passar apenas cremes e pomadas acaba não sendo suficiente. “Nesse caso, o tratamento é feito por meio da curetagem”, explica a Dra. Priscila Ishioka, dermatologista do hospital Moriah. A curetagem ocorre quando as pápulas são raspadas e, depois, cauterizadas. 

O estudante Rafael Ficgana, de 10 anos, morador da cidade de Cuiabá, em Mato Grosso, precisou passar pela curetagem em janeiro deste ano para se livrar do problema. Em entrevista ao iG , a mãe de Rafael, Michelle Ficagna, explica que, há um ano, bolinhas começaram a aparecer na nuca do filho. Como não conhecia o molusco contagioso, ela achou, a princípio, que eram verrugas. Por conta disso, a criança foi automedicada. “Comprei um ácido e começamos a passar em casa. Mas não houve melhora nenhuma”, conta.

Com o tempo, a condição foi além da região do pescoço e começou a se espalhar para a barriga, pernas e outras partes do corpo e, por isso, Michelle o levou a uma dermatologista, que fez uma análise clínica. Na consulta, veio o diagnóstico correto. Algumas das "bolinhas", inclusive, estavam infeccionadas e, por isso, Rafael teve de tomar um anti-inflamatório antes da retirada.

Após a cauterização, procedimento realizado em centro cirúrgico (nesse caso, com sedação), algumas marcas ainda permaneceram pelo corpo do menino, principalmente as lesões que ficaram inflamadas. “Ele ficou com cicatrizes brancas na pele. Porém, não apareceu mais nada desde então”, diz a mãe.


Propagação

O vírus é transmitido por meio de contato individual e, por isso, é fundamental evitar compartilhar objetos de uso pessoal, como toalhas, chinelos e roupas. Além disso, piscinas também podem transmitir a doença. “Nas aquecidas, o problema pode ser ainda mais frequente porque o calor e a umidade favorecem o seu desenvolvimento”, afirma a médica.

Compartilhar objetos pessoais, como toalhas, é uma das causas da doença; piscina também aparece na lista
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Compartilhar objetos pessoais, como toalhas, é uma das causas da doença; piscina também aparece na lista


No caso de Rafael, a doença foi resultado do contato com outras crianças da escola que também possuíam o vírus. "Não sabemos quem pegou de quem. Mas as mães foram avisadas e trataram logo no início”, conta Michelle.

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Para minimizar as chances de o molusco contagioso aparecer novamente, a Dra. Luciane Pesqueira ressalta que é preciso hidratar a pele e manter-se atento. “Mediante qualquer irritação dérmica, em que a pessoa tenha coceira, deve-se procurar um médico especialista para avaliar e propor o melhor tratamento”, finaliza. 

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