Antigamente conhecida como lepra
, a hanseníase – doença infecciosa que afeta principalmente a pele, os olhos, o nariz e os nervos periféricos – deixou de ser um problema de saúde pública em quase todos os 24 dos 35 países das Américas onde ela é presente. A única exceção é o Brasil. A informação é da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
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Por isso, o Ministério da Saúde deu início, nesta segunda-feira (23), a um projeto dedicado à redução da hanseníase no País, com o treinamento de profissionais de saúde da atenção básica.
Serão beneficiados 20 municípios no Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí e Tocantins. Esses locais foram escolhidos por apresentarem o maior número de casos novos da doença dignosticados em menores de 15 anos.
O objetivo do projeto, é diminuir a reincidência da doença nas cidades selecionadas, com a ampliação do trabalho de descoberta de casos novos e a educação permanente para os profissionais da Atenção Primária à Saúde.
Além disso, o ministério pretende fortalecer os centros de referência, reduzir a proporção de casos novos com grau dois de incapacidade física, como garras em mãos e/ou pés e atrofia muscular, – por meio do diagnóstico precoce e ações de prevenção de incapacidades – e enfrentar o estigma e discriminação contra as pessoas acometidas pela doença.
Situação no Brasil
Atualmente, São Luis (MA) é a primeira cidade no ranking de números de casos novos da doença em crianças, em relação ao resto do País. Logo em seguida, estão respectivamente Recife (PE) e Olinda (PE). Esses três municípios estão na lista do Ministério da Saúde para o projeto.
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Também compõem a lista Marabá (PA), no 5º lugar no ranking; Teresina (PI), 8º; Cuiabá (MT), 11º; Jaboatão dos Guararapes (PE), 12º; Palmas (TO), 17º; Belém (PA), 23º; São José do Ribamar (MA), 29º; Araguaína (TO), 31º; Cabo de Santo Agostinho (PE), 54º; Paço do Lumiar (MA),61º; Gurupi (TO), 66º; Porto Nacional (TO), 85º; Paulista (PE), 105º; Floriano (PI), 189º; Parnaíba (PI), 300º; Alcântara (MA), 435º; Raposa (MA), 1.698º na classificação.
De acordo com a Opas, nas Américas, o número de casos novos da doença diminuiu 35,8% em uma década – de 52.662 em 2004 para 33.789 em 2014. No entanto, nos últimos cinco anos, foram detectados novos casos da doença em 24 países, dos quais 94% foram localizados em território brasileiro.
O Ministério da Saúde informou que, na última década, o Brasil apresentou uma redução de 37,1% no número de casos novos, passando de 40,1 mil diagnosticados no ano de 2007, para 25,2 mil em 2016. Tal redução corresponde à queda de 42,3% da taxa de detecção geral do país (de 21,19/100 mil habitantes em 2007 para 12,23/100 mil habitantes em 2016).
Do total de casos novos registrados, 1,6 mil (6,72%) foram diagnosticados em menores de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente, e 7,2 mil iniciaram tratamento com alguma incapacidade, sendo 1,7 mil com grau 2 de incapacidade física.
Ações do projeto
O projeto será conduzido por um núcleo de 27 equipes de especialistas nas áreas de Clínica Geral, Prevenção de Incapacidades e Mobilização Social, além de três coordenadores.
Cada um desses coordenadores será responsável por uma área: o Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL) para clínica, tratamento e manejo de reações da doença; a Coordenação-Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação (CGHDE) para a prevenção de incapacidades; a CGHDE e o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN).
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O projeto Abordagens Inovadoras para intensificar esforços para um Brasil livre da Hanseníase é uma parceria do Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), com apoio da Fundação Nippon, do Japão, e terá duração de três anos, até 2019.
* Com informações da Agência Brasil.