A fila de espera para a realização de cirurgias eletivas no Sistema Único de Saúde (SUS) já conta com 904 mil pessoas em todo o Brasil, de acordo com o levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
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As cirurgias eletivas não se enquadram na categoria de urgência ou emergência, porém, o estudo aponta que, pelo menos 746 dessas pessoas estão há mais de 10 anos aguardando atendimento. A maioria dos pedidos entraram na fila a partir de 2016, cerca de 80%.
O Ministério da Saúde passou a adotar o sistema de fila única para organizar a demanda desde maio deste ano, e por ter sido implantado recentemente, a pesquisa contou com os dados enviados pelas secretarias de saúde de 16 estados e dez capitais, com informações até julho deste ano.
Os outros sete estados e oito capitais que não enviaram as respostas alegaram que não conseguiram participar do estudo por não conseguirem acesso aos dados ou não tinham o conteúdo disponível.
É importante ressaltar que a pesquisa contabilizou apenas os procedimentos agendados, e não o número de pacientes na fila.
Entre os procedimentos mais aguardados estão as cirurgias de catarata, hérnia, vesícula, amígdalas e adenoide, além de operações ortopédicas. Os estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Ceará apresentaram o maior número de cirurgias pendentes. Entre as capitais e estados que disponibilizaram informações de perfil dos usuários, as mulheres representam 67% dos pacientes que aguardam algum tipo de procedimento especializado.
Médicos alertam que a demora na realização de determinado procedimento é decisiva no sucesso de um tratamento. O representante do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Cristiano Caixeta, explica que a demanda por procedimentos nos olhos tem crescido devido ao envelhecimento da população, entre outros fatores. E a demora para atender todas as solicitações nem sempre está relacionada à falta de profissionais especializados.
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Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde informou que, em julho deste ano, foi fechada a primeira lista para cirurgias eletivas no SUS . A lista identificou pouco mais de 667 mil pacientes aguardando por algum procedimento eletivo no país. O ministério ressalta que em maio deste ano adotou o sistema de lista única para organizar a rede de saúde e diminuir a fila de espera. O novo sistema tem o objetivo de centralizar as demandas em um único cadastro e ampliar as possibilidades de atendimento do paciente para outros hospitais de sua região.
De acordo com o levantamento do CFM, o SUS realizou no ano passado mais de 1,5 milhão de cirurgias eletivas. O número é inferior aos anos de 2015, que registrou 1,7 milhão de cirurgias; e 2014, com o total de 1,8 milhão, com base em dados do sistema de informação do Ministério da Saúde.
A pasta divulgou na semana passada balanço parcial de 2017, que mostra crescimento de 39% no número de procedimentos realizados na rede pública entre janeiro e setembro, mês que registrou mais de 150 mil cirurgias.
O governo informou ainda que o governo federal repassa de forma regular mensalmente recursos de média e alta complexidade a todos os estados e municípios e ainda dispõe de R$ 250 milhões em valores extras que poderão ser liberados para os gestores locais. Cerca de R$ 41,6 milhões já foram liberados este ano para a realização de mutirões.
*Com informações da Agência Brasil
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