Segundo estimativa da ONU, em 2030, o uso de antibióticos na pecuária aumente 67%
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Segundo estimativa da ONU, em 2030, o uso de antibióticos na pecuária aumente 67%

A Organização das Nações Unidas (ONU) revelou, em um novo relatório publicado na terça-feira (5), que a liberação indevida de medicamentos e substâncias químicas no meio ambiente é uma das causas da resistência de micróbios a antibióticos, o que configura uma grande ameaça à saúde.

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A organização afirmou que cerca de 700 mil pessoas morrem todos os anos de infecções por bactérias muito fortes, que não conseguem ser eliminadas com os antibióticos disponíveis atualmente.

“Estudos já haviam associado o uso inadequado de antibióticos em humanos e na agricultura, ao longo de várias décadas atrás, à crescente resistência, mas o papel do meio ambiente e da poluição recebeu pouca atenção”, alertou o diretor-executivo da agência das Nações Unidas, Erik Solheim.

A pesquisa apontou que, com o contato direto entre bactérias ao ar livre e bactérias resistentes descartadas nos ecossistemas, o despejo de substâncias antimicrobianas em canais de esgoto de casas, hospitais e indústrias farmacêuticas, bem como por meio de estruturas de escoamento agrícola, está impulsionando a evolução dos microrganismos e provocando o aparecimento de linhagens mais resistentes.

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Descarte

Segundo os dados da ONU , após o consumo, cerca de 80% dos antibióticos são excretados sem ser metabolizados ao lado de bactérias resistentes. A organização também chama a atenção para o aumento da utilização desses medicamentos. No século XXI, a população mundial passou a recorrer 36% a esses remédios. A expectativa é de que até 2030 o uso de antibióticos na pecuária aumente 67%.

Países unidos

No ano passado, durante a Assembleia Geral da ONU no ano passado, em Nova York, nos EUA, líderes mundiais se comprometeram a enfrentar o problema da resistência de bactérias , vírus,  parasitas e fungos contra os antibióticos que, antes, eram capazes de trata-los.

“A resistência antibacteriana ameaça os objetivos de desenvolvimento sustentável e requer uma resposta global. Estados-membros concordaram, hoje, com uma política que fornece uma boa base para a comunidade internacional seguir em frente. Nenhum país, setor ou organização resolver esse problema sozinho”, afirmou o presidente da Assembleia, Peter Thomson, na ocasião.

Na época, os países se comprometeram a  criar planos de combate à resistência de medicamentos com base no “Plano de Ação Global sobre Resistência Antimicrobiana”, publicado pela ONU em 2015 junto com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura e a Organização Mundial de Saúde Animal.

Atualmente os produtos criados para combater bactérias, vírus, parasitas e fungos estão sendo usados de forma indevida em humanos, animais e plantas. Os líderes se comprometeram a reforçar a regularização de antibióticos, melhorar o conhecimento e promover melhores práticas, assim como investir em novas tecnologias para diagnóstico e vacinas.

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