Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, afirmam que a utilização de quimioterapia como primeira opção para tratar casos de câncer de mama em estágio inicial está diminuindo, mesmo com as diretrizes sobre o controle do tumor permanecerem inalteradas.
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O estudo, que analisou 3 mil mulheres americanas que tinham chances de serem indicadas à quimioterapia , foi publicado nesta segunda-feira (11) no “Journal of the National Cancer Institute”, uma publicação do Instituto Nacional do Câncer nos EUA.
As participantes foram tratadas entre 2013 e 2015, e foram categorizadas entre aquelas que tinham prontuários mais elegíveis para a quimioterapia pelo tipo de tumor.
Os autores da pesquisa questionaram os médicos sobre os tratamentos recomendados à suas pacientes, e perceberam que, em 2013, 34,5% das mulheres haviam passado pelo procedimento quimioterápico. Porém, em 2015 esse número caiu para 21,3%. A recomendação para a terapia também diminuiu de 44,9% para 31,6%.
Testes genéticos
Para responder a pergunta sobre o motivo pelo qual a indicação para a quimioterapia havia diminuído, os pesquisadores selecionaram 504 oncologistas que já faziam parte do estudo para uma entrevista.
Dos entrevistados, 67,4% dos médicos afirmaram que quando as mulheres não aceitavam fazer a quimioterapia de primeira, eles solicitavam testes genéticos para verificar a chance do câncer atingir os linfonodos, o que seria um indicativo para o tratamento. Em situações que o exame aponta uma chance menor, a quimioterapia não era recomendada.
No entanto, entre as mulheres que aceitavam a quimioterapia, foi constatado que as chances de o médico solicitar o teste genético era menor, de apenas 17,5%.
Segundo os autores do estudo, a adoção desse comportamento representa uma mudança cultural entre os médicos, que estão abrindo mais chances do paciente participar das escolhas do tratamento.
Uso de anticoncepcional
Outro estudo feito recentemente na Dinamarca também apresentou uma constatação interessante sobre o câncer de mama . Segundo os autores do levantamento, mulheres que fazem uso de anticoncepcional hormonal são mais propensas a terem a doença do que as que não tomam a pílula.
As chanches chegam a ser 20% maiores, de acordo com a pesquisa. Quanto mais tempo de uso e mais velha for a mulher, maior o risco do tumor se desenvolver.
No entanto, os especialistas não recomendam que o método contraceptivo seja abandonado, pois há muitas questões envolvidas para que o perigo de câncer de mama seja definido. Mas, é importante lembrar que é possível encontrar alternativas como o DIU de cobre - anticoncepcional sem hormônio –, preservativos e, para mulheres que já tiverem filhos ou não querem ter, ligadura de trompas.
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