Doenças relacionadas à gripe são mais letais quando atingem pessoas acima de 75 anos, apontou estudo feito pelo CDC
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Doenças relacionadas à gripe são mais letais quando atingem pessoas acima de 75 anos, apontou estudo feito pelo CDC

Aproximadamente 650 mil pessoas morrem todos os anos por conta de doenças respiratórias relacionadas à gripe. A estimativa foi revelada nesta quinta-feira (14) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como resultado de uma análise feita pelo Centro para o Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (US-CDC, na sigla em inglês). Há dez anos, quando foi feito o último estudo até então, esse número era de 500 mil óbitos anuais.

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A maioria das mortes relacionadas à gripe acontece nas regiões mais pobres do mundo, como a África Subsariana, o Leste do Mediterrâneo e o Sudeste Asiático, que se destacam como as áreas com maior risco de óbitos em consequência dessas enfermidades. As nações em desenvolvimento são responsáveis por quase todas as perdas de crianças com até 5 anos por essa causa.

“Essas informações indicam a grande carga da gripe e seus substanciais custos sociais e econômicos para o mundo. Elas destacam a importância da prevenção de epidemias sazonais bem como a preparação para eventuais pandemias”, afirma o diretor-executivo do Programa de Emergências da OMS , Peter Salama.

Na análise por faixa etária, a maior ocorrência do problema está entre pessoas com mais de 75 anos, com taxa de 223 mortes a cada 100 mil indivíduos. No grupo entre 64 e 75 anos, o índice cai para até 44 óbitos a cada 100 mil pessoas, e para homens e mulheres com idade abaixo de 64 anos, a taxa de mortes é de 6,4 a cada 100 mil habitantes.

Segundo os autores do estudo original usado como base para a divulgação da OMS, levantamentos anteriores subestimaram o problema e as causas do índice devem ser melhor investigadas por autoridades de saúde e pesquisadores, incluindo causas não relacionadas à respiração.

Brasil

Ao longo deste ano, o Ministério da Saúde registrou 2.629 casos de gripe, sendo que 487 deles resultaram em mortes. Em 2016, período em que houve uma ocorrência muito grande do vírus H1N1, foram 12.174 casos e 2.220 mortes. Em 2015 e 2014, os números foram mais baixos do que os registrados até agora, em 2017, com 1.089 casos e 175 óbitos e 1.794 casos e 326 falecimentos, respectivamente.

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Na avaliação do pesquisador do Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Fernando Motta, a redução dos casos este ano em relação a 2016 pode ser explicada por um controle do surto de H1N1, que se deve, entre outras razões, à adoção de novas vacinas.

Outro motivo da redução, segundo Motta, é a presença maior de uma variação do vírus mais comum e menos poderosa do que o H1N1. “Tivemos circulação de um vírus que existe desde 1968, o H3N2. Associada a fatores ambientais, essas mudanças indicariam um impacto menor neste ano, com redução na contabilização de casos”, explica.

Vacinação

Em 2017, o foco da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe foram as pessoas com mais de 60 anos, crianças de 6 meses a 5 anos, trabalhadores de saúde, professores das redes pública e privada, indígenas, gestantes, mulheres em até 45 dias após o parto e pessoas com doenças crônicas não transmissíveis. De acordo com o Ministério da Saúde, o público-alvo é definido com base nos grupos “considerados mais vulneráveis”.

Para a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, um dos desafios para reduzir os casos de gripe no Brasil é garantir a adesão da população às campanhas. Segundo ela, em geral, a preocupação com a vacina se manifesta mais fortemente quando há notícias de epidemia, como no caso da gripe H1N1.

“É preciso que a população entenda que influenza é grave sempre, não só quando ouvimos falar dos casos. Quando as pessoas temem a doença elas procuram a vacina. Isso foi visto no caso da H1N1, pessoas desesperadas fazendo filas de cinco horas. Quando a doença sai das manchetes, as pessoas esquecem dela”, compara.

*Com informações da Agência Brasil

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