Condição é mais propícia a ser desencadeada quando os níveis de estresse estão altos, afirma oftalmologista
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Condição é mais propícia a ser desencadeada quando os níveis de estresse estão altos, afirma oftalmologista

Nem só de festas e comemorações vive o ser humano no fim do ano. A chegada do Natal e Ano Novo é também, para muitas pessoas, sinônimo de acúmulo de estresse, cansaço, irritabilidade e, consequentemente, queda de imunidade. A vulnerabilidade em decorrência desses sintomas é uma ótima oportunidade para diversas doenças se manifestarem, entre elas a herpes zóster nos olhos, condição que se manifesta por meio de um vírus que pode estar presente no organismo de muita gente.

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Isso porque quem já teve catapora (varicela-zóster) na infância pode ficar anos com o vírus encubado no organismo que é capaz de “acordar” a qualquer momento e provocar a herpes zóster nos olhos. “Principalmente quando nos estressamos e ultrapassamos nosso próprio limite, que pode acontecer durante os preparativos das festas”, afirma o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto.

Apesar de pouco conhecida, a tendência é que essa doença passe a ficar mais popular. De acordo com uma análise publicada no periódico científico BMC Geriatrics, a incidência deve subir cerca de 3% ao ano até 2030, reforçando a estimativa do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, o CDC, que prevê que o problema já esteja atingindo um terço da população.

Queiroz Neto também ressalta que além do estresse e queda de imunidade , a reativação do vírus tem uma relação direta com o envelhecimento – embora a doença possa aparecer em qualquer idade, é mais comum após os 50 anos -, fadiga e má alimentação.

Sintomas e tratamento

Herpes zóster nos olhos, quando não tratada rapidamente, pode causar danos à visão, inclusive cegueira
Reprodução/Journal of Ophthalmology
Herpes zóster nos olhos, quando não tratada rapidamente, pode causar danos à visão, inclusive cegueira

“Os sintomas do herpes zoster são pequenas bolhas bastante doloridas ao redor dos olhos, que seguem a direção do nervo e contém um líquido com o vírus. As pálpebras ficam inchadas e caídas. Pode ocorrer conjuntivite, diminuição da sensibilidade, inflamação e afinamento da córnea, inflamação do corpo ciliar e da íris - parte colorida do olho” explica o especialista.

A doença, em sua forma mais grave, também pode levar à perda da visão se atingir o nervo óptico.  Para evitar sequelas visuais a principal recomendação do médico  é consultar um oftalmologista assim que aparecer os primeiros sintomas.

"Pessoas medicadas em até 48 horas após o aparecimento têm boa recuperação visual" comenta. O tratamento é feito com antivirais, analgésicos e compressas frias por 5 a 12 dias, conforme a gravidade de cada caso.

Segundo Queiroz Neto, ao contrário do herpes simples, que tem recidivas periodicamente, o zóster não volta a aparecer. "Quando as bolhas secam  é sinal de que o vírus foi eliminado" explica. 

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Recuperação

O especialista afirma que as principais recomendações para agilizar a recuperação  são:

  • Lavar as mãos sempre que tocar a área afetada.
  • Aplicar compressas de gaze embebida em água fria reduz o desconforto.
  • Não compartilhar toalhas e fronhas.
  • Evitar coçar os olhos.
  • Consultar um oftalmologista aos primeiros sintomas

Prevenção

O consumo de alguns alimentos é capaz de fortalecer a imunidade, e são considerados a primeira linha de prevenção contra o herpes zóster. Confira a lista:

  • Iogurte  - contém probióticos essenciais para o sistema imunológico;
  • Ostras  - são ricas em zinco, elemento essencial para a saúde da retina, além de atuar na reconstrução dos tecidos;
  • Salmão  – com ação anti-inflamatória, regula a produção lacrimal e das células imunológicas;
  • Tomate e morango  - contêm licopeno e vitamina A, antioxidantes capazes de proteger o sistema imunológico, combater a catarata e a degeneração macular (provoca perda de visão no centro do campo visual);
  • Carne, peixes, ovos, leite e queijo  - contêm lisina, elemento que funciona como antiviral.

Outra dica de Queiroz Neto para proteger os olhos de quem já teve catapora na infância e está com mais de 50 anos é tomar a vacina para herpes zoster, aprovada desde 2015 pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Só não devem tomar esta vacina as mulheres grávidas, pessoas alérgicas à gelatina e neomicina, quem faz uso contínuo de corticóide ou é portador de tuberculose e portadores de ceratocone que tenham alergia atópica grave.

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