A primeira vacina para a febre tifoide (TCV, na sigla em inglês) capaz de ser ampliada em crianças maiores de 6 meses foi aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O reconhecimento da vacina foi feito no fim de dezembro, porém, a informação foi divulgada apenas nesta quarta-feira (3).
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A decisão foi tomada após um grupo de especialistas de assessoria estratégica, que colabora com a organização, ter orientado em outubro do ano passado que crianças maiores de 6 meses deveriam usar a TCV em países onde a febre tifoide é endêmica.
As vacinas conjugadas contra a doença são conhecidas por serem mais potentes, gerando maior imunidade do que as antigas. Além de exigirem menos doses para garantir sua eficácia, elas podem ser administradas em crianças pequenas por meio de programas de imunização tradicionais.
A liberação da OMS possibilita a adesão do imunizante pelas outras agências da ONU, como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Gavi, a Aliança Mundial para Vacinas. Logo após a recomendação dos especialistas, o conselho da Gavi validou um financiamento de US$ 85 milhões para adotar o uso da TCV a partir de 2019.
Os conselheiros da OMS também recomendaram a introdução da vacina conjugada como prioridade nos países em que as taxas da condição estão mais elevadas, ou em que a resistência antibiótica à bactéria Salmonella Typhi, que provoca a doença, são maiores.
Além disso, a vacina também ajudará a conter o uso frequente de antibióticos contra a doença e, portanto, diminuir o “alarmante aumento” da resistência da bactéria aos medicamentos.
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Febre tifoide
A febre tifoide é uma infecção grave, e às vezes letal, que pode ser transmitida pelo consumo de água e alimentos contaminados ou pelo contato direto com bacilos eliminados nas fezes e urina de humanos portadores da doença ativa ou assintomática.
Entre os sintomas mais conhecidos estão febre prolongada, alterações intestinais que podem ir desde a constipação à diarreia com sangue, dor de cabeça, falta de apetite, mal-estar, prostração, náuseas e vômitos.
Se o diagnóstico não for feito com rapidez, é possível que complicações como hemorragias abdominais e perfuração do intestino aconteçam. Também há o risco de o quadro evoluir para septicemia, coma e morte.
Em países mais pobres, onde as condições sanitárias e de higiene são precárias ou inexistentes, essa doença é uma realidade diária. A cada ano, de 11 a 20 milhões de casos são registrados no mundo todo, com cerca de 161 mil mortes.
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