Conhecido, entre tantos nomes, como
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Conhecido, entre tantos nomes, como "mosquito-palha", esse é o vetor da leishmaniose

A campeã olímpica de salto em distância Maurren Maggi confirmou nas redes sociais nesta quarta-feira (3) o resultado positivo para leishmaniose, uma doença infecciosa grave que, apesar de ser considerada controlada no Brasil, afeta quase 3 mil pessoas por ano.

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Segundo a atleta, a leishmaniose foi contraída enquanto ela participava do reality show Exathlon Brasil, exibido pela Rede Bandeirantes, e gravado em uma praia na República Dominicana.

Em sua publicação no Instagram, Maurren explica, em um vídeo, que está em processo de recuperação, já fazendo o tratamento, e aguarda mais resultados para entender melhor o diagnóstico. Assista a gravação:


"A gente não sabe ainda como é. Eu ainda estou com dor na perna, tomando um antibiótico forte, semana que vem farei mais um monte de exames e também vou fazer biópsia. Agora estou descansando”, explica ela.

Existem três tipos de leishmaniose, causada por parasitas, ou causada por pequenos insetos: cutânea, munocutânea ou Visceral. Os sintomas são febre, úlceras na pele e diarreia. A biópsia irá determinar o tipo de leishmaniose de Maurren.

O que é Leishmaniose?

Apesar de não serem contagiosos, ambos os tipos da enfermidade são considerados infecciosos e transmitidos por insetos hematófagos, conhecidos como flebotomíneos infectados de espécies distintas do parasita Leishmania.

Os vetores, responsáveis por transmitirem a doença, são popularmente chamados de " birigui ", “ mosquito-palha ” ou “ cangalhinha ” - podendo mudar de nome dependendo da região. As características mais comuns são o tamanho pequeno, a cor clara, e o pouso de asas abertas.

A transmissão é feita quando o mosquito, contaminado com sangue de pessoas e animais doentes - principalmente os silvestres ou cães domésticos -, passa o parasita através da picada em pessoas e animais saudáveis. Na maioria dos casos registrados nas áreas urbanas, os cachorros, gatos e ratos são os maiores alvos de infecção.

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A doença é dividida em dois tipos: a visceral (LV), também conhecida como calazar - que é caracterizada por uma febre duradoura, aumento do fígado e baço, e perda de peso -, e a tegumentar (LT) – conhecida por provocar úlceras na pele e mucosas.

Ao perceber algum dos sintomas é preciso procurar o serviço de saúde mais próximo, principalmente pessoas que vivem em áreas endêmicas de LV e LT. Quanto antes o diagnóstico for dado, melhor, já que a descoberta tardiamente da enfermidade pode levar o paciente à morte.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diagnóstico e tratamento gratuito para a população contra as duas doenças a partir de medicamentos que se mostraram eficazes na cura.

Prevenção

Por não haver uma vacina, a maneira ideal para se combater a infecção é evitando o contato com o mosquito transmissor.

Para isso, o Ministério da Saúde orienta evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata, fazer dedetização quando indicada pelas autoridades de saúde, evitar banhos de rio ou de igarapé que estejam localizados perto da mata, utilizar repelentes na pele, mosquiteiros para dormir e telas protetoras nas janelas e portas, além de eliminar cães com diagnóstico positivo para leishmaniose visceral – evitando a contaminação humana.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente morrem entre 20 mil e 40 mil pessoas no mundo todo, vítimas da doença. No Brasil, entre 2000 e 2011, foram registradas mais de 2,7 mil mortes. Os maiores índices de mortalidade foram registrados nos Estados do Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, São Paulo, Bahia e Minas Gerais.

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