Tratamento do HIV: formato de estrela garante que distribuição dos compostos no organismo seja liberada gradativamente
Divulgação/MIT
Tratamento do HIV: formato de estrela garante que distribuição dos compostos no organismo seja liberada gradativamente

Uma cápsula especial capaz de permitir que um único comprimido da pílula anti-HIV seja suficiente para garantir sua eficácia durante uma semana poderá ser a nova alternativa para quem vive com o vírus.

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Atualmente, a maioria das pessoas com HIV passa por tratamentos que envolvem a administração de um ou mais medicamentos diariamente, durante toda a vida. Por isso, a criação de uma opção que diminua a quantidade de comprimidos antirretrovirais ingeridos por dia é vista com grande expectativa pela medicina.

A novidade ainda está em fase de desenvolvimento, mas os principais testes já foram realizados pelos pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos. O estudo foi publicado nesta terça-feira (9), na “Nature Communications”.

Para promover o efeito que faz com que a liberação dos compostos seja lenta e suficiente para sete dias, os cientistas precisaram criar um polímero sofisticado e em formato diferenciado, com um mecanismo capaz de envolver os principais compostos anti-HIV (dolutegravir, rilpivirina e cabotegravir) e liberá-los lentamente, um pouco a cada dia.

Até o momento, os testes pré-clinicos, realizados em ratos, foi possível observar que os compostos podem ser liberados por até duas semanas. Agora, é preciso avaliar o potencial do composto, além de novos testes que garantem a eficácia da capsula.

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Formato “de estrela”

O mecanismo do envoltório se dá graças à sua estrutura que se parece com uma estrela. Uma vez dentro do estômago, a pílula fica “presa” e não corre o risco de passar para o intestino. Dessa forma, ela continua liberando os compostos, e não obstrui o caminho dos alimentos que passam pelo sistema digestivo.

Em 2016, os pesquisadores já haviam testados essa estrutura com drogas de combate à malária. Mas, dessa vez, foi preciso realizar uma adaptação que fez toda a diferença para que o funcionamento saísse da maneira esperada: cada “ponta” da estrela foi desenvolvida com um material diferente. É aí que está o segredo: os diferentes níveis de porosidade das pontas da estrela são responsáveis pela liberação da droga em momentos diferentes.

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