Em 2015, Angelina Jolie optou pela cirurgia de retirada das mamas para prevenir os riscos de câncer de mama
reprodução/ABC
Em 2015, Angelina Jolie optou pela cirurgia de retirada das mamas para prevenir os riscos de câncer de mama

A mutação do gene BRCA pode fazer com que as mulheres estejam mais propensas a desenvolverem o câncer de mama, mas depois do diagnóstico, ter essa alteração genética não significa que as chances de morte pelo tumor serão maiores, conforme revelou um estudo feito pela Universidade de Southampton, no Reino Unido, e publicado nesta sexta-feira (12) na revista Lancet Ocology.

Leia também: Após fazer mastectomia, mulher teve os tecidos dos seios destruídos por bactéria

O BRCA se tornou mundialmente conhecido como o "Gene Angelina Jolie" em razão das cirurgias que a atriz e diretora Angelina Jolie realizou para retirar os seios e uma ação preventiva ao câncer de mama . Segundo a celebridade, exames genéticos indicaram que ela tinha 87% de chances de desenvolver o tumor.

Apesar de o estudo confirmar que o gene aumenta em até oito vezes o risco de desenvolver o câncer, os resultados garantem que a mutação tem maior impacto na esperança de sobrevivência de um paciente.

"Nosso estudo é o maior já publicado e nossos resultados sugerem que mulheres jovens com câncer de mama que tem uma mutação BRCA tem a mesma sobrevivência das mulheres que não carregam a mutação após o tratamento", disse a líder da pesquisa, Diana Eccles.

Os pesquisadores examinaram ao longo de dez anos os dados de 2.733 mulheres, que receberam tratamento em 127 hospitais britânicos entre 2000 e 2008, com idades entre 18 e 40 anos, que tiveram um diagnóstico de tumor no seio, sendo que 12% delas tinham o "gene Jolie" e um terço delas passaram por dupla mastectomia – retirada das duas mamas.

Ao longo do estudo, 651 pacientes não sobreviveram ao câncer, sendo que a mortalidade foi igual nos dois grupos. Os dados revelam que a presença da mutação genética e a cirurgia de remoção dos seios não afetam as taxas de sobrevivência.

Caso Angelina Jolie

A decisão de Angelina foi tomada depois que a atriz se submeteu a um teste genético que identificou mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 , genes herdados da mãe, morta em 2007, vítima da doença no ovário. Estes dois genes pertencem a uma classe de genes humanos conhecidos como supressores de tumor, ou seja, eles ajudam a prevenir a proliferação e o crescimento desordenado das células. Quando há a mutação, essa capacidade de controle não existe. Sem ela, a proliferação das células pode ocorrer de forma anormal, aumentando o risco de câncer em até 85%.

No entanto, a cirurgia preventiva, também chamada de mastectomia redutora de riscos, pode ser indicada, mas não é uma opção para todas as pacientes que tiverem casos de câncer de mama na família, por exemplo. Segundo especialistas, a operação pode reduzir o risco para algo entre 5% e 10%, mas ele continua existindo, já que não é possível retirar 100% da glândula mamária no procedimento.

Nessa cirurgia, a glândula mamária é retirada e estruturas próximas, como seios e mamilos, são preservados, algo que nem sempre ocorre na mastectomia feita quando a mulher já tem o tumor. Depois da retirada da glândula mamária coloca-se um extensor sob a pele e posteriormente é feita a cirurgia de colocação de uma prótese de silicone.

Leia também: Teste genético poderá dizer se paciente terá câncer de mama com mais precisão

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!