Modelo de vírus da hepatite C em reprodução 3D
shutterstock/Reprodução
Modelo de vírus da hepatite C em reprodução 3D

Em seis meses o Sistema Único de Saúde irá disponibilizar gratuitamente um novo medicamento contra a hepatite C. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (15) no Diário Oficial da União. O fármaco é a combinação de duas substâncias, elbasvir e grazoprevir, que tratam os tipos 1 e 4 do vírus.

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Com o nome comercial de Zepatier, a droga inibe a reprodução do vírus da hepatite C agindo para que não haja mais cópias no organismo e, com isso, menos cópias no organismo e menos sintomas associados.

De acordo com os estudos realizados com o fármaco, a resposta ao medicamento é positiva para mais de 90% dos casos. Em relação aos efeitos colaterais, os mais reportados foram fadiga e cefaleia. Outras reações mais graves, como anemia e AVC, não foram comuns, afetando menos de 1% dos pacientes.

A empresa que produz a droga é a Merck, com sede nos Estados Unidos, que também é responsável por fabricar o medicamento para o sistema de saúde pública do Reino Unido.

De acordo com o comitê que avaliou a droga, a adoção do Zepatier pode gerar uma economia de R$ 68 milhões a R$ 87 milhões no primeiro ano de administração.

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Hepatite C

Cerca de 1,4 a 1,7 milhões de pessoas vivem com a doença no Brasil. A cada ano, são registrados 10 mil novos casos, segundo o Ministério da Saúde. A hepatite é uma doença silenciosa. Na maioria dos casos, sua primeira manifestação é parecida com uma gripe comum: dores no corpo e febre.

Por ser difícil de suspeitar que uma gripe pode ser, na verdade, hepatite C, os casos acabam sendo mais sérios. Isso porque quando diagnosticada na fase inicial, chamada de hepatite aguda, as chances de cura são muito maiores. Estima-se que em 85% das pessoas, essa infecção aguda passa, mas o vírus não é eliminado, começando lentamente a lesar o organismo.

As consequências podem afetar o fígado, além de causar problemas cardiovasculares, resistência à insulina que leva ao diabetes, inflamação no rim que culmina na falência do órgão, doenças articulares como artrites, lesões na pele e até alterações cognitivas.

Esses problemas podem, inclusive, aparecer bem antes dos sintomas de lesão no fígado. Como o fígado tem alto poder de regeneração, ele vai lutando contra o vírus que o tenta destruir. A batalha, no entanto, costuma ser vencida pela hepatite C, que demora cerca de 20 a 30 anos para danificar o fígado – e mostrar os sintomas.

Causada pelo vírus C, a transmissão ocorre por meio do contato com sangue contaminado, seja por transfusão de sangue, acidentes com material contaminado, no caso de trabalhadores na área da saúde, ou drogas injetáveis. Também pode ocorrer a transmissão de mãe para filho, mas é raro, cerca de 5% dos casos.

O tratamento nem sempre é necessário. Em alguns casos, a infecção por hepatite C é tratada com uma combinação de medicamentos antivirais que são administrados por semanas, para eliminar o vírus do organismo.

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