Governo brasileiro lança reator que deve produzir radiofármacos a partir de 2024

Tecnologia vai gerar radioisótopos para a fabricação de drogas usadas no tratamento de doenças nas áreas de cardiologia, oncologia e neurologia

Presidente Michel Temer participa do lançamento da pedra fundamental do reator
Foto: Cesar Itiberê/PR
Presidente Michel Temer participa do lançamento da pedra fundamental do reator

O Governo Federal deu o primeiro passo para a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e início dos testes de integração dos turbogeradores do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica, no Centro Industrial Nuclear de Aramar, em Iperó, em São Paulo.

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O presidente Michel Temer esteve presente no evento que apresentou o reator , que celebra o empreendimento capaz de produzir radiofármacos utilizados no tratamento de doenças nas áreas de cardiologia, oncologia, hematologia e neurologia.

“Hoje, somos obrigados a importar fármacos para combater várias doenças, principalmente o câncer. O tratamento fica mais complicado e, naturalmente, mais caro, porque o país depende de fornecedores estrangeiros”, declarou o presidente.

O reator contribuirá para o fim da dependência externa de radioisótopos e para o fornecimento de radiofármacos ao SUS a preço de custo. Temer informou que assim, os atendimentos de câncer no SUS aumentarão. A previsão é de que a tecnologia comece a funcionar em 2024.

"Para a área da saúde, a construção do relator fortalece muito o SUS. Vamos produzir o material para o sistema único de saúde a preços naturalmente mais baixos, e, desta forma, aumentar os atendimentos e levar esperança a quem está doente e precisa de ajuda", explica o Presidente.

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A pedra fundamental da obra foi lançada nesta sexta-feira (8) e, além do presidente, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, também participou do evento e reafirmou que o investimento de R$ 750 milhões está previsto no orçamento da pasta.

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Benefícios do reator

Desde 2009, o Brasil enfrenta dificuldades no abastecimento de radioisótopos e de radiofármacos , que hoje são importados. Isso se deve a paralisação do reator canadense que abastecia todo o mercado brasileiro e 40% do mundo. A partir disso, o país busca outros fornecedores importados, já que cerca de dois milhões de procedimentos médicos utilizam os radiofármacos, sendo que 24% são realizados no SUS.

O empreendimento reduzirá os riscos de desabastecimento no país e tornará o Brasil autossuficiente na produção dos radiofármacos. O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, destacou o quanto isso impactará para a população. "O uso dessa tecnologia qualificará a atenção à saúde da população em diversas áreas que fazem uso da medicina nuclear, como cardiologia, oncologia, hematologia e neurologia. Permitirá a realização de diagnósticos mais precisos de doenças e complicações", ressaltou o ministro.

A obra também contribuirá para ampliar os investimentos na área médica, já que permitirá a ampliação do atendimento em medicina nuclear para mais usuários do SUS.

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