Falta de funcionários em hospitais ocasionou o fechamento de setores em unidades federais do Rio de Janeiro
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Falta de funcionários em hospitais ocasionou o fechamento de setores em unidades federais do Rio de Janeiro

Em visita aos hospitais federais do Rio de Janeiro, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) constatou que a falta de funcionários em hospitais cariocas é um dos principais problemas enfrentados pelas unidades, que influenciam no atendimento precário à população.

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A falta de funcionários em hospitais foi constatada no Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá. Segundo a entidade, devido à falta de recursos humanos, a unidade está com 24 leitos bloqueados.

Com isso, a emergência está superlotada e há muitos pacientes internados no corredor – composto por sete em poltronas, nove em macas, um em cadeira, um em longarina e um em cadeira de rodas.

A instituição afirma que o hospital precisa da contratação de cerca de 400 novos profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, para funcionar plenamente, de acordo com relatório apresentado hoje.

Além disso, por ter uma emergência referenciada, mas que, na prática, funciona com porta aberta, o Cardoso Fontes tem recebido muitos pacientes para internação em especialidades que a unidade não tem, sobrecarregando ainda mais o serviço de emergência.

Outro hospital que também apresentou problemas em relação a falta de mão de obra foi o Hospital Federal de Bonsucesso. Na última quarta-feira (20), o presidente do Cremerj, Nelson Nahon, e representantes do Sindicato dos Enfermeiros visitaram a nova emergência, que foi inaugurada em fevereiro deste ano e custou R$ 21 milhões aos cofres públicos.

Eles constataram que a sala amarela do setor, apesar de equipada, permanecia trancada com um cadeado. Já a sala vermelha estava vazia, sem aparelhos ou macas, enquanto haviam pacientes internados no corredor da emergência. O déficit de recursos humanos é a principal causa para o fechamento das salas e para a superlotação da unidade.

De acordo com o presidente do Cremerj a rede federal de saúde vive um momento crítico. “Todas as unidades estão com leitos reduzidos ou serviços interrompidos, por causa da falta de recursos humanos. A assistência à população está muito prejudicada e o Ministério da Saúde tem que cumprir com o combinado imediatamente. A situação é caótica”, avaliou Nahon.

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Falta de funcionários em hospitais também afeta área de oncologia

A inspeção no Hospital Federal Cardoso Fontes, ocorrida no dia 13 passado, constatou ainda a ausência de suporte na oncologia, que não tem enfermaria própria. Devido à falta de médicos, o setor oncológico parou de receber novos pacientes diretamente. Em razão disso, pessoas diagnosticadas com câncer tentam iniciar o tratamento dando entrada por meio de outras especialidades ou pela emergência, o que sobrecarrega o serviço em cerca de 40%.

Em relação aos pacientes oncológicos que conseguem se consultar na unidade e precisam de quimioterapia, apenas uma parte tem acesso ao tratamento. Além disso, todo o medicamento quimioterápico é comprado com a verba do hospital – que não aumentou em relação ao ano passado –, não havendo suplementação.

Contratações

O Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde informa que no Hospital Federal de Bonsucesso, além da renovação da força de trabalho existente na unidade, serão destinados mais 250 profissionais. Destes, cerca de 140 serão alocados na nova emergência ampliada do hospital, somando–se aos 48 médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem já contratados este ano para reforçar o setor.

Com relação ao Hospital Federal Cardoso Fontes, além da manutenção da força de trabalho já existente, a unidade recebe um reforço adicional de 72 profissionais destinados, majoritariamente, para a emergência da unidade.

O Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde também afirma que, até o final de agosto, a falta de funcionários em hospitais deve ser minimizada, tendo em vista que todos os 3.592 profissionais de saúde e de apoio à assistência previstos para contratação este ano em processo seletivo já estarão atuando nas unidades.

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*Com informações da Agência Brasil

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