Epidemia de sarampo atinge bairros de Manaus e Boa Vista, de acordo com o Ministério da Saúde
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Epidemia de sarampo atinge bairros de Manaus e Boa Vista, de acordo com o Ministério da Saúde

A prefeitura de Manaus decretou nesta terça-feira (3) situação de emergência por 180 dias em razão da epidemia de sarampo registrada na capital amazonense. Com 271 casos da doença na cidade, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) declarou que há mais de 1,8 mil pacientes com suspeita da doença sob investigação - a maioria deles são crianças de até cinco anos.

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A epidemia de sarampo registrada na capital do Amazonas é composta por 108 casos confirmados na Zona Norte, 67 que apareceram na zona Leste, 59 na Sul, 35 na Oeste e 2 na área Rural.

A Semsa informou que 1.841 casos suspeitos estão sob investigação. A Zona Norte também concentra o maior número, com 672 casos. As zonas Leste (316), Sul (272), Oeste (268) e Rural (16) também possuem casos em apuração.

A epidemia atinge os estados do Amazonas e de Roraima. Até o último balanço, divulgado na segunda-feira (2) pelo Ministério da Saúde, já haviam sido registrados, nos dois estados, perto de 500 casos da doença no ano. O surto na região colocou em alerta autoridades estaduais e o próprio Ministério da Saúde.

Em Roraima, os casos de sarampo que já foram confirmados chegaram a 200, com 177 em investigação e 35 já descartados. Em duas situações, ocorreram mortes em decorrência da doença. No estado, a disseminação da doença é associada por autoridades à chegada de venezuelanos, vindos fugindo do país natal.

Baixa adesão da vacina aumenta epidemia de sarampo

Segundo o Ministério da Saúde, foram encaminhadas aos dois estados mais de 700 mil doses da vacina contra sarampo, a tríplice viral, usada também para caxumba e rubéola. Deste total, 487 mil foram para o Amazonas e 224 mil para Roraima.

No Amazonas, a campanha de vacinação foi adiantada para o mês de abril. O foco foi estabelecido na região metropolitana de Manaus, nas cidades com mais de 75 mil habitantes e nas áreas de fronteira.

Em Roraima, a campanha de vacinação ocorreu em 15 municípios entre os meses de março e abril. Foram administradas 112 mil doses.

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No entanto, os índices de imunização de bebês e crianças no Brasil estão deixando especialistas em alerta. Isso porque, segundo dados divulgados pela pasta da Saúde o país atingiu o menor nível de cobertura vacinal dos últimos 16 anos, em se tratando de bebês com menos de um ano.

De acordo com o órgão, todas as vacinas indicadas para essa faixa etária ficaram abaixo da meta de imunização, que é de 95%, com exceção da BCG, ofertada nas maternidades, com 91,4% de adesão.

Segundo a pediatra da Clínica Soulleve Tatiana Russo, os pais estão deixando de vacinar seus filhos contra doenças que atualmente parecem erradicadas, justamente por não apresentarem risco iminente.

“Além do medo dos possíveis efeitos colaterais das vacinas e os boatos a respeito da efetividade da imunização, os pais ainda acreditam que por não haver surtos de algumas doenças no momento, não é necessário vacinar seus filhos contra elas. Mas a imunização serve justamente para que essas epidemias não voltem a acontecer”, afirma Russo.

Dentre as vacinas menos aplicadas estão as que protegem contra poliomielite, meningite, sarampo, caxumba, rubéola, difteria, varicela e rotavírus. Além da baixa imunização contra a gripe, no caso de crianças menores de cinco anos e gestantes.

“O maior perigo dessa decisão equivocada dos pais é que já há aumento de casos de algumas dessas doenças em regiões espalhadas pelo país. A gripe, por exemplo, já matou 44 crianças, apenas nestes primeiros seis meses do ano no Brasil e as pessoas não estão percebendo os riscos da não imunização”, conclui a pediatra.

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A epidemia de sarampo pode ter causado a morte de duas crianças em Manaus. A Semsa informou que aguarda o resultado de exames para confirmar a causa dos óbitos. Um menino, de sete meses, e uma menina, de nove, não tinham sido vacinados e residiam em áreas onde há elevados índices de casos suspeitos.

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