Novos casos de ebola foram confirmados no nordeste da República Democrática do Congo. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde do país africano nesta terça-feira (27), um total de 46 casos foram registrados entre os dias 19 e 25 de novembro.
Esse é o segundo surto de ebola do ano e foi declarado no dia 1º de agosto nas províncias de Kivu do Norte e Ituri e desde então, o número de infecções registradas chega a 419, sendo 372 confirmadas em laboratório, 47 possíveis e outros 56 em processo de investigação.
Segundo números oficiais datados de 25 de novembro, dos 240 casos de mortes prováveis, 193 testaram positivos. Essa já é considerada a maior epidemia da história da República Democrática do Congo , superando o número de 318 contágios registrados no primeiro surto do vírus, em Yambuku, na província noroeste do Equador, no ano de 1976.
Além disso, pela primeira vez, o epicentro do surto é uma região de conflito, onde 100 grupos armados atuam. Tal condição impõe limites à segurança e ao trabalho nos terrenos dos profissionais de saúde e ocasiona o deslocamento de milhares de pessoas que podem ter entrado em contato com o vírus.
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Até o momento, 35 mil pessoas foram vacinadas na região do surto com um tratamento experimental já testado no passado e que trouxe bons resultados. Neste sábado (24), o Ministério da Saúde do Congo informou que serão realizados testes com quatro tratamentos experimentais – as moléculas mAb 114, ZMapp, Remdesivir e Regeneron – que revelarão dados em relação a efetividades dos tratamentos e seus efeitos colaterais.
Apesar disso, a rejeição de algumas comunidades em receber tratamento e a insegurança na região, trazida pelos conflitos armados, são dadas como os principais motivos da grandiosidade da epidemia .
“É difícil limitar a circulação de pessoas em uma região tão frágil e insegura onde todos querem a paz. É um problema”, declarou a porta-voz do Ministério da Saúde, Jessica Ilunga, em relação à presença de milícias armadas no local e os milhares de deslocamentos.
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Graças a um consórcio internacional organizado pela Organização Mundial da Saúde, a ONG Aliança para a Ação Médica Internacional (Alima, para a sigla em inglês) anunciou ontem a instalação de um exame clínico terapêutico para as vítimas de ebola , em seu centro de tratamento na cidade de Beni, em Kivu do Norte.
* Com informações da Agência Brasil.