A embalagem roxa e amarela das camisinhas masculina s distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é coisa do passado. Agora, o novo design do preservativo traz o recado “Se liga. Use”, com cores vibrantes e o desenho que lembra o botão de ligar dos aparelhos eletrônicos.
De acordo com o Ministério da Saúde, a distribuição começa em todo o Brasil durante a folia de Carnaval deste ano. O design da embalagem das camisinhas foi criado pela estudante de Design de Interiores do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, Ana Carolina Lima.
A estudante venceu um concurso realizado pelo Ministério da Saúde e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A ideia elaborada por ela concorreu com outras 212. Ana Carolina afirmou ficar contente com o resultado alcançado. “Fico feliz que minha ideia tenha gerado o resultado que os jurados almejavam e espero que tenha um impacto positivo na importância que as pessoas dão à proteção”.
O concurso foi lançado em julho de 2017 e, segundo o edital, o vencedor terá como prêmio um pacote de viagem de três dias com um acompanhante para um dos sítios do patrimônio Histórico Cultural da Unesco no Brasil. A embalagem dos preservativos foi trocada pela última vez há mais de dez anos.
Incentivar o uso de preservativos, principalmente entre os jovens, tem sido foco de campanhas de prevenção do governo. Dados do ministério apontam que a faixa etária entre 15 e 24 anos é a que menos usa camisinha.
Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas indica queda no uso regular do preservativo nessa faixa etária, tanto com parceiros eventuais, cujo uso caiu de 58,4% em 2004 para 56,6%, em 2013, como com parceiros fixos, que registraram queda de 38,8% em 2004 para 34,2% em 2013.
Leia também: Camisinha não pode ser reutilizada, alerta agência de saúde pública dos EUA
O não uso das camisinhas tem consequências. De acordo com o Ministério da Saúde, o levantamento mais recente mostra o aumento dos casos de Aids em jovens de 15 a 24 anos. Entre 2006 e 2015, a taxa entre aqueles com 15 e 19 anos mais que triplicou, passando de 2,4 para 6,9 casos a cada 100 mil habitantes. Entre os jovens de 20 a 24 anos, a taxa dobrou, indo de 15,9 para 33,1 casos a cada 100 mil habitantes.