O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, está otimista em relação aos avanços do Brasil na luta contra a dengue. Em uma visita a Niterói, no estado do Rio de Janeiro, ele comentou sobre uma nova frente de ação no controle da doença e também falou da expectativa de uma vacina contra a dengue

Ministério da Saúde tem expectativa alta em relação a uma vacina contra a dengue em larga escala
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Ministério da Saúde tem expectativa alta em relação a uma vacina contra a dengue em larga escala


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"Temos uma expectativa boa, sou otimista em relação à vacina. Ela está indo muito bem, tem marcado só gol e está na última fase pré-licença em vários continentes. A gente acha que nessa época, para o verão do próximo ano, já vai contar com essa vacina, dose única, para os quatro vírus e 90% de bloqueio", afirmou o ministro.

A vacina está sendo elaborada pelo Instituto Butantan. Mandetta também disse que o instituto já fechou uma parceria com a farmacêutica americana Merck Sharp and Dhome e já está construindo a fábrica para as vacinas .

"Os cientistas já viram que a vacina é extremamente eficaz ou não estariam construindo uma fábrica. Mas ficam (sem vacinas) a  zika  e a chicungunha . Por isso, precisamos de várias frentes: vacina, Wolbachia, educação da população e ações de vigilância epidemiológica", explicou.

O Instituto Butantan informou, em nota, que "embora a fase de ensaios clínicos de nossa vacina da dengue esteja bastante avançada, ainda não é possível precisar uma data para que ela seja disponibilizada para a população. No cenário mais otimista, a vacina poderá ficar pronta em 2021, porém fatores que fogem ao nosso controle, como o número de casos de dengue na população, podem prolongar este prazo".

Cerca de 17 mil pessoas de 16 centros de todo o país foram vacinadas em 2016, um terço com placebo. Essas pessoas devem ser monitoradas por 5 anos, prazo que deve vencer em 2021. Depois, o estudo é submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitando registro. Com ele, a vacina começa a ser produzida em larga escala e fica disponível para comercialização.   

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Nova frente contra dengue, zika e chicungunha  

Uma ação proposta é liberar, em diversas cidades do Brasil, mosquitos infectados que diminuiriam a transmissão de doenças
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Uma ação proposta é liberar, em diversas cidades do Brasil, mosquitos infectados que diminuiriam a transmissão de doenças

Para atacar além da dengue as demais doenças, o ministro falou de uma outra ação. Trata-se da liberação de mosquitos  Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, que reduz a capacidade dos insetos de transmitir dengue, chicungunha e zika .

A Wolbachia está naturalmente presente na maioria dos insetos, mas não é encontrada nos  Aedes aegypti .

O método Wolbachia  reduziu em 75% os casos de chicungunha em 33 bairros na região de Niterói. O ministério não tem informação sobre a evolução dos casos de dengue e zika sob o método.

As primeiras liberações dos mosquitos infectados ocorreram em 2015 nos bairros de Jurujuba, em Niterói, e Tubiacanga, na Ilha do Governador. Em 2016 a ação foi ampliada em larga escala na cidade e, em 2017, no município do Rio.

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Além do Brasil, também desenvolvem ações do programa países como Austrália, Colômbia, Índia, Indonésia, Sri Lanka e Vietnã.

No próximo ano haverá soltura em Campo Grande (MS), Petrolina (PE) e Belo Horizonte (MG) e haverá nova expansão ainda em 2020 para Fortaleza (CE), Foz do Iguaçu (PR) e Manaus (AM).

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