Nos últimos dias, uma “doença misteriosa” assustou o país ao fazer oito vítimas - sendo uma fatal - no estado de Minas Gerais. Todos os pacientes se queixaram de insuficiência renal e problemas neurológicos, envolvendo perda total ou parcial da visão.
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Na noite da quinta-feira (9), porém, o laudo preliminar da Polícia Civil apontou que o problemas pode ter sido causados por uma substância tóxica - o dietilenoglicol (DEG) - encontrada em dois lotes de cervejas da marca Belorizontina , da cervejaria Backer.
O DEG - substância anticongelante normalmente utilizado em indústrias - é um líquido claro, higroscópico (que absorve a umidade do ar) e sem odor. No portal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ), a substância é descrita como “um solvente orgânico altamente tóxico que causa insuficiência renal e hepática podendo inclusive levar a óbito quando ingerido”.
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Na fabricação de cerveja, embora seja pouco utilizada, a substância pode ter sido aplicada no processo de resfriamento. Mesmo nesse caso, o DEG deve ser usado na parte externa do tanque, sem contato com a bebida.
Em 2006, um caso semelhante envolvendo o dietilenoglicol aconteceu. Na ocasião, um lote de xaropes para tosse produzido no Panamá continha uma alta quantidade do produto e chegou a matar 280 pessoas.
A Polícia Civil, porém, não divulgou a quantidade presente nos lotes da bebida - que deve ter teor controlado em até 0,1% - e as investigações seguem até a conclusão final. A cervejaria Backer, que nega o uso da substância em seu processo de produção, suspendeu os lotes envolvidos na investigação.