Com a chegada do verão e consequentemente o retorno de mosquitos transmissores de doenças como dengue, febre amarela e zika, a busca por repelentes mais eficazes e seguros aumenta. E se, além do uso tópico - de aplicação direta na pele - você tivesse a opção oral para se proteger? 

Leia mais: A Zika voltou: veja o que você pode fazer para evitar o contágio

A dengue está entre as doenças mais temidas transmitidas por insetos
Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
A dengue está entre as doenças mais temidas transmitidas por insetos

A ingestão das vitaminas do complexo B como repelente tornou-se comum no Brasil. Enquanto alguns acreditam que a suplementação pode ser válida em momentos críticos - principalmente em casos de surtos de doenças transmitidas por insetos - existe uma polêmica entre os profissionais de saúde, que consideram os resultados inconclusivos e buscam derrubar o mito.

A defesa está na praticidade. “Costumo tomar quando viajo para acampar para evitar o desconforto dos insetos. Sou alérgica à maioria dos repelentes que me deixam espirrando, por isso prefiro ingerir”, conta a professora de inglês Ingrid Barreto, de 22 anos. Ela, porém, diz que ficou sabendo da alternativa por indicação de amigos e nunca conversou com um médico sobre o assunto. 

De acordo com o estudo sobre o assunto publicado nos Anais Brasileiros de Dermatologia, a opção de Ingrid pode ser bastante perigosa, já que a vitamina oferece um resultado insuficiente quando comparado aos outros métodos repelentes com diferentes propriedades químicas. 

A  pesquisa citada acima foi feita com militares em missão na Amazônia e considera que “os repelentes, para serem considerados de alta eficácia, devem exercer efeito de proteção prolongada, por oito horas ou mais, contra todos os artrópodes: mosquitos voadores (Aedes, anófeles, borrachudo, pernilongo), carrapatos, barbeiro, pulga, ácaros, entre outros”.

Você viu?

Vitamina B x picada de inseto: onde nasceu essa relação?

O dermatologista Caio Lamunier, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que o uso começou a se propagar após a divulgação de alguns estudos na década de 1960, que “afirmavam que ingerir vitaminas do complexo B emitiria uma secreção da vitamina na pele capaz de proteger contra os  mosquito s”. 

Embora a secreção seja real, o profissional de saúde é categórico ao afirmar que a ingestão de vitamina B como forma de afastar mosquitos é um mito. “Já sabemos comprovadamente que a presença dessa vitamina na pele não repele insetos”. Ele destaca que, independentemente da suplementação vitamínica, o diferença de odor dos corpos pode atrair mais ou menos mosquitos .

Então, como se proteger dos mosquitos? 

De acordo com o Ministério da Saúde, a proteção contra os mosquitos - principalmente nesta época do ano - deve ser feita da maneira mais confiável possível: com o uso de repelentes de uso tópico ou no ambiente, roupas que cobrem a pele e, principalmente, atenção contra os focos de mosquitos. 

Leia mais: cientistas descobrem ação de Zika no cérebro de adultos infectados

De acordo com o dermatologista, o princípio ativo mais recorrente em repelentes no Brasil, o DEET, é uma proteção eficaz contra o mosquito. “É importante, porém, conferir se há entre 25 e 30 de substância ativa na fórmula. Também é importante reaplicar a cada duas horas, o que pode ser um problema no período noturno”. 

Além do DEET, o Ministério cita “as substâncias Hydroxyethyl isobutyl piperidine carboxylate (Icaridin ou Picaridin) e Ethyl butylacetylaminopropionate (EBAAP ou IR 3535), além de óleos essenciais, como Citronela”, como repelentes confiáveis. 

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!