Se você sofre com dores frequentes na região pélvica ou qualquer anormalidade no ciclo menstrual, deve ficar atenta aos sintomas dos miomas uterinos, cistos ovarianos e da endometriose, as doenças mais frequentes no sistema reprodutor feminino, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Embora, em geral, as doenças não representem danos graves, o grande problema é que o diagnóstico desses problemas ginecológicos pode demorar anos, o que afeta a qualidade de vida da mulher e causa complicações, como a infertilidade.
O que são cistos de ovário?
De acordo com o médico ginecologista e obstetra Wallace Viana, “muita gente acha que um cisto é uma doença e, na grande maioria das vezes, não é”. O profissional explica que cada ovulação nasce de um pequeno cisto que, por volta do 13º dia do ciclo menstrual, será liberado pelo ovário para fecundação.
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O problema surge quando existe alguma falha nessa liberação, fazendo com que o cisto permaneça no ovário e cause desconforto e riscos para a mulher, além de atrapalhar a ovulação . O principal sintoma, nesse caso, é a irregularidade menstrual.
“A dor só aparece caso eles aumentem muito de tamanho ou ocorra algum sangramento em função do rompimento desses pequenos cistos”, indica o médico.
Com funciona o diagnóstico e o tratamento dos cistos?
Apesar de não apresentarem grande risco, “existem cistos que inspiram cuidados e precisam ser observados”, ressalta Wallace. Nesse caso, é preciso fazer o acompanhamento periódico com o ginecologista, com exame físico e ecográfico.
Na maioria dos casos, os cistos simples de ovário tendem a se dissolver sozinhos, mas há a possibilidade de se fazer um tratamento clínico com anticoncepcionais, dependendo do caso.
O que é um mioma uterino?
Também conhecidos como fibromas, miomas são nódulos que se formam nas paredes do útero, atingindo também a parte muscular do órgão. De acordo com a OMS, cerca de 40% das mulheres desenvolvem o problema em algum momento da vida mas, assim como no caso dos cistos, os miomas não são necessariamente perigosos.
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O principal sintoma desse tumor benigno é o sangramento excessivo durante a menstruação, com coágulos. Caso não tratado, o mioma pode fazer com que a mulher permaneça mais dias menstruada do que sem o sangramento durante o mês.
Além disso a doença causa cólicas, dor pélvica e no momento da relação sexual, e - em casos extremos - pode levar a um quadro de anemia pelo alto volume de sangue perdido.
Com funciona o diagnóstico e o tratamento dos miomas?
O mioma não possui formas de prevenção e, justamente por isso, o acompanhamento de rotina com o ginecologista é altamente recomendado. O diagnóstico definitivo é feito com o exame ultrassom.
“A retirada ou do mioma ou do útero é o tratamento definitivo, mas não é indicado para todas as pacientes. Vai depender da idade, da resposta aos tratamentos clínicos e do desejo de ter filhos”, explica Wallace.
O que é endometriose?
A endometriose se caracteriza pela presença de focos de células menstruais fora do útero. “Ao invés do sangue descer para o absorvente, ocorre um refluxo, o que faz o sangue voltar pelas trompas e se depositar nos ovários , nas próprias trompas e até mesmo nas paredes intestinais ou na bexiga”, explica o ginecologista.
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Entre os sintomas da doença que atinge cerca de 10% da população mundial estão cólicas menstruais muito fortes. Entretanto, é importante destacar que existem outros sinais importantes, como dor ao evacuar, dor durante a relação sexual e, em alguns casos, infertilidade.
Como funciona o diagnóstico e o tratamento da endometriose?
Uma das maiores dificuldades de diagnóstico da endometriose é que ela leva, em média, 10 anos para ser identificada. “Muitas vezes a doença é silenciosa, mas existem casos em que a reclamação da paciente não é ouvida ou é menosprezada”, explica o médico obstetra Rafael Pazzelo. O profissional reforça a importância de buscar um médico que analise os sintomas associados.
Após o diagnóstico, o tratamento é cirúrgico, feito por videolaparoscopia, e consiste na completa retirada dos focos de endometriose que estão danificando tecidos de outros órgãos como os ovários e a bexiga, por exemplo.